O interesse por viagens dentro do Brasil cresceu neste ano, na esteira da crise econômica e com a alta do dólar, que chegou a valor recorde na terça (22), acima dos R$ 4.
Segundo levantamento feito em agosto pelo Ministério do Turismo, 78% das famílias que pretendem viajar nos próximos seis meses não devem sair da fronteira brasileira. No mesmo período do ano passado, o índice era de 73,6%. O estudo é realizado em parceria com a Fundação Getulio Vargas.
A região Nordeste segue na liderança como destino mais popular para as famílias entrevistadas, seguida pelo Sudeste e pelo Sul.
A crise parece ter impactado inclusive os planos dos mais ricos. Nos domicílios com faixa de renda acima de de R$ 9.600, 45,4% disseram que o destino de suas viagens será outro país (há um ano, o índice era de 51,5%).
No outro extremo da pirâmide, dos que ganham até R$ 2.100, 100% dos entrevistados disseram que, se viajarem nos próximos meses, vão para algum lugar no Brasil.
O estudo também identificou que apenas 20,6% dos entrevistados pretendem visitar outra cidade até fevereiro de 2016. É o menor índice desde abril de 2010, quando a taxa foi de 19,2%.
Na comparação com o mesmo período de 2014, houve uma queda de mais de oito pontos percentuais.
Em agosto do ano passado, logo após a Copa, a intenção de viagem era de 28,8%.
O estudo também constatou uma diminuição no número de pessoas dispostas a viajar de avião, de 61% para 56,5%. Assim, cresceu a intenção de uso de automóvel (de 25,1% para 30%) e de ônibus (de 10,2% para 11,2%), em geral usados em destinos mais próximos.
A pesquisa teve a participação, por telefone, de 2.000 famílias de São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Porto Alegre, Brasília, Recife e Salvador, entre os dias 1º e 20 de agosto.