• Turismo

    Friday, 03-May-2024 14:48:12 -03

    Erosão ameaça derrubar a Cabeça da Rainha, ponto turístico de Taiwan

    DA AFP

    19/11/2015 02h00

    Sam Yeh-12.out.2015/AFP
    To go with "Taiwan-tourism-science-environment" by Benjamin YEH In this picture taken on October 12, 2015, tourists walk behind Taiwan's ancient "Queen's Head" rock in Yehliou, New Taipei City, in northern Taiwan. Scientists are battling to save Taiwan's ancient "Queen's Head" rock from erosion -- but the island is split over whether technology should be used to preserve the precarious natural masterpiece. More than three million people visit the coastal landmark in northern Yehliu each year, named for its supposed likeness to England's Queen Elizabeth I. AFP PHOTO / Sam Yeh ORG XMIT: SY2236
    Turistas próximos à formação rochosa no litoral de Taiwan

    Cientistas estão lutando para salvar a milenar rocha "Cabeça da Rainha", de Taiwan, da erosão –mas a ilha está dividida em relação ao uso ou não da tecnologia para preservar a obra-prima natural.

    Mais de 3 milhões de pessoas visitam o ponto costeiro em Yehliu a cada ano, batizado pela suposta semelhança com a rainha britânica Elizabeth 1a.

    A "cabeça" inclinada de arenito, que se impõe sobre uma haste delgada. Moldada pela água do mar e por fortes ventos, a pedra tem seu topo algo semelhante aos cachos da realeza epônima.

    Mas, com seus 4.000 anos, a a exposição a esses elementos naturais pode fazê-la enfim tombar.

    "O pescoço pode se tornar muito fino para aguentar a cabeça e pode quebrar nos próximos cinco a dez anos se nada for feito", diz Hsieh Kuo-Huang, professor do Instituto de Ciências e Engenharia de Polímeros na Universidade Nacional de Taiwan.

    "Qualquer tremor de terra forte ou furacão severo pode derrubá-la", diz Hsieh, um dos cientistas que estuda como preservar a rocha.

    Pesquisadores dizem que a circunferência do pescoço está encolhendo cerca de 1,5 centímetro a cada ano, tornando mais difícil de suportar a cabeça de 1,3 tonelada.

    "O formato da cabeça hoje é mais elegante", diz Helena Tang, da empresa que administra o geoparque em que a rocha se localiza. "Mas, infelizmente, não sobra mais muito tempo".

    A equipe de Hsieh tem tentado salvar a formação, de oito metros, usando nanotecnologia para desenvolver tintas que protejam a rocha.

    "Nossa análise mostra que a força do pescoço pode ser intensificada em até três vezes, e a resistência da superfície à erosão poderia ser bastante acentuada", afirma.

    Até aqui, a tinha foi aplicada em rochas em volta, e os testes iniciais, em agosto, foram mal sucedidos –a tinta descolou. Desde então, a receita foi modificada e ainda está sendo testada, segundo Hsieh.

    Mas, enquanto os cientistas quebram a cabeça, outras pessoas pensam que a natureza deva seguir seu curso.

    "Se a paisagem costeira foi desenhada pela erosão, o ciclo de vida da Cabeça da Rainha é limitado", diz Pan Han-sheng, ativista do grupo ambientalista Tree Party. "Não entendo porque congelaríamos isso".

    O geoparque fez uma pesquisa com 1.200 pessoas aleatórias na ilha antes dos testes com a tinta. Só 63% apoiaram os experimentos; a pesquisa apontou alternativas menos invasivas, como encapsular a formação em um gabinete de vidro.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024