Quem já foi a Roma certamente se lembrará dos "gladiadores" que povoam os arredores do Coliseu se oferecendo para tirar fotos em troca de gorjetas.

Pois em breve as imagens no monumento mais famoso da cidade com homens de armadura, brandindo suas espadas e ostentando suas capas vermelhas serão mesmo coisa do passado.

O comissário da capital italiana, Francesco Paolo Tronca, nomeado para governar o município interinamente após a queda do prefeito Ignazio Marino, assinou nesta quarta-feira (25) um decreto que veta qualquer atividade que preveja a "disponibilidade de ser retratado em vestimentas históricas em fotografias ou vídeos em troca de dinheiro".

Segundo ele, a proibição tem como objetivo "tutelar a segurança urbana e o decoro do patrimônio artístico, histórico e monumental da cidade", uma vez que esses "gladiadores" agem frequentemente com "modos inoportunos, insistentes e até agressivos".

A medida faz parte do plano de Roma para o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, megaevento da Igreja Católica que acontecerá entre 8 de dezembro de 2015 e 20 de novembro de 2016 e levará milhões de peregrinos à "cidade eterna" e ao Vaticano.

PROTESTO

Nesta quinta (26), os "gladiadores" fizeram um protesto contra a medida, na Fontana di Trevi. "Sinto como se tivesse sido demitido sem justa causa de uma hora para outra", disse Pacifico, que trabalhava há 14 anos nas vizinhanças do monumento mais famoso da capital italiana.

O grupo se manifestou com roupas normais, com exceção de um, que teve sua armadura apreendida pela polícia.

"Viemos aqui na Fontana di Trevi para entender a situação, mas só eu me vesti de gladiador e me sequestraram a armadura", contou Ciro, antes de descontar sua frustração nos imigrantes.

"Todos os vendedores abusivos de Bangladesh continuam a vender guarda-chuvas por todo lado, mas eu não posso trabalhar? Em Roma, somos menos de 50, não somos o problema da cidade.

"Segundo ele, os "gladiadores" terão agora de atuar em ruas afastadas dos grandes monumentos da cidade.