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    Brasileira se hospeda na 'vila do Chaves' e come sanduíche de presunto

    GUSTAVO SIMON
    DE SÃO PAULO

    30/11/2015 02h00

    Era notória a gratidão que o criador do Chaves, o mexicano Roberto Gómez Bolaños, tinha pelo Brasil –e a recíproca admiração que os brasileiros têm pelo programa, no ar pelo SBT desde 1984.

    Pois por essas coincidências imponderáveis, foi justamente uma brasileira a vencedora de um concurso que o site de aluguel de casas Airbnb promoveu no México. O prêmio: passar uma noite em um quarto com vista para a vila do Chaves.

    Só pessoas residentes no México podiam participar da promoção, que pedia aos participantes uma justificativa de por que mereciam dormir no lugar.

    "Somos um casal metade brasileiro, metade mexicano. Em todos os lugares que vamos –que falam espanhol– as pessoas dizem que Alberto fala como o Chaves. O sonho dos nossos amigos brasileiros é que façamos uma cerimônia em Acapulco, onde Chaves passou suas férias. Se passássemos uma noite na Vila, causaríamos uma comoção nacional no Brasil e meu amado mexicano daria um espaço maior em seu coração para o Chaves", escreveu a tradutora Luciana Yonekawa, 29, brasiliense que vive no México desde 2012.

    No último dia 21, ela saiu de Querétaro, onde mora com o namorado, Alberto, para uma noite no quarto, instalado em um local secreto –eles foram até lá vendados.

    "Nós estávamos escutando a trilha de abertura, tiramos a venda e vimos a vila... Foi muito emocionante, eu nem sabia o que fazer primeiro", conta ela, que foi recebida pelo filho de Bolaños, Roberto Gómez Fernández.

    "Eu pedi a ele um abraço e disse que aquele gesto representava o que milhões de brasileiros queriam transmitir a ele e ao pai dele, principalmente", diz Luciana. No último sábado (28) completou-se um ano da morte do criador e intérprete do Chaves.

    Depois de conversar com Fernández, os ganhadores da promoção puderam conhecer um pequeno museu, montado no quarto onde passariam a noite, instalado no equivalente à casa de dona Florinda –o pátio da vila era todo cenográfico.

    "Vimos a máquina de escrever vermelha em que o Bolaños escrevia os capítulos, roteiros originais, que eram copiados em mimeógrafos, o óculos dele, partituras de músicas (já que ele escrevia as músicas da série também), fotos belíssimas da equipe...", relata. Segundo Luciana, a ideia da Fundação Chespirito é fazer do lugar um museu de verdade –que só será aberto quando houver mais estrutura, que comporte um número maior de pessoas.

    Também estavam espalhados pelo quarto e pelo pátio bonecas de pano que eram costuradas pela mãe de Bolaños e itens ligados ao seriado, como o barril (o original usado nas gravações), um triciclo, um bilboquê e uma estátua do garoto Chaves.

    À noite, um jantar foi servido com guloseimas "típicas" : sanduíche de presunto, em uma releitura feita por um chef, água de Jamaica (infusão com flor de hibisco, que aparece em um episódio de "Chapolin") e suco de tamarindo. No café da manha, churros com chocolate quente.

    Nas redes sociais, Luciana publicou fotos reproduzindo as mais diversas situações: apoiada na parede "chorando" como o Kiko, brindando com espumante a fazer as vezes de uma xícara de café em frente à casa de dona Florinda, batendo na porta de seu Madruga e pedalando o triciclo da Chiquinha.

    PROMOÇÕES

    Esta é a segunda vez que um brasileiro ganha um concurso do tipo promovido pelo Airbnb. Em outubro, o advogado mineiro Pedro Arruda, 27, passou uma noite nas catacumbas de Paris.

    No Brasil, o Airbnb já ofereceu uma estadia de uma noite no Maracanã, no Rio, em dia de jogo Flamengo x Fluminense.

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