Os intercâmbios de crianças são uma tendência, mas adolescentes e adultos ainda são os grandes clientes desse mercado no Brasil.
Entre 2003 e 2013, houve um crescimento de 494% no número de pessoas que fazem esse tipo de programa no país, segundo a Belta (associação de agências especializadas no setor).
A crise econômica e a alta de moedas como o dólar neste ano, no entanto, levaram a uma expectativa de estagnação –e forçaram algumas mudanças no setor.
Para fugir das caras moedas americana e britânica (que valiam R$ 3,87 e R$ 5,84, respectivamente, na última terça, 1º) sem deixar de aprender inglês, viajantes optaram por países fora desse eixo.
O Canadá é o principal deles: na Experimento, por exemplo, 32% dos cursos de idiomas vendidos em 2014 tinham como destino o país –o dólar canadense era cotado, no dia 1º, a R$ 2,90.
A África do Sul também aparece como local alternativo e com bastante receptividade –o Brasil foi o país que mais enviou estudantes para lá em 2014: 1.527, segundo a EduSA, associação de escolas de inglês do país.
O rand, a moeda sul-africana, é, inclusive, desvalorizado frente ao real (valia R$ 0,27 na última terça-feira), o que também contribui para deixar o custo total da viagem mais em conta.
'VOLUNTURISMO'
Outra modalidade que tem recebido mais adeptos é o chamado intercâmbio social, em que o viajante participa de projetos voluntários durante sua estadia no exterior.
Esses pacotes costumam ter gastos menores porque incluem hospedagem e alimentação, que podem ser trocados por trabalho.
A Aiesec, principal instituição de intercâmbio voluntário do mundo, registrou no Brasil um aumento 23% no número de viajantes em 2014 em relação a 2013.
A Colômbia é há cinco anos o destino mais buscado na associação. Na ONG especializada AFS Intercultura Brasil, a Europa ainda é o principal destino.
"Brasileiros buscam experiências diferentes da realidade em que estão inseridos –sem contar o aprendizado de inglês", diz Daiane da Silveira, responsável pelos programas da instituição.
Na CI, o trabalho voluntário em família é uma tendência. A empresa oferece dois modelos: em um, pais e filhos fazem trilhas e cuidam de animais, como primatas; em outro, os voluntários fazem companhia para crianças desamparadas.
África do Sul (com 80% das procuras), Índia, Nepal e Sri Lanka estão entre os destinos mais buscados.