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    Visitar prédios públicos em Brasília é estar à mercê das crises políticas

    IVAN FINOTTI
    ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

    17/12/2015 02h00

    Um dos problemas de fazer turismo cívico é que ele está necessariamente ao sabor dos ventos políticos. A visita ao Palácio do Jaburu, casa do vice-presidente Michel Temer, por exemplo é conjugada à do Palácio da Alvorada, residência de Dilma. Ambas são feitas apenas às quartas e o turista vai de uma à outra com um ônibus oficial.

    Mas, na quarta passada (9), Michel Temer estava recebendo aliados para discutir o que dizer a Dilma após ter sido divulgada a carta em que reclamava do tratamento dispensando a ele.

    (Para os jornalistas de Brasília, o Jaburu já tem outro nome: QG do Impeachment. Mas isso foi na semana passada e, como em Brasília nada dura muito tempo, o prédio pode já ter ganhado outro apelido maldoso.)

    Por isso, após a visita ao Palácio da Alvorada, o grupo foi dispensado. Caso o turista tenha mais sorte na próxima vez, poderá conhecer outro prédio de Niemeyer, mas com algumas diferenças em relação aos outros.

    O Jaburu foi projetado apenas em 1973 e finalmente ocupado em 1977. São mais de 4.000 metros quadrados que seguem o conceito de uma típica casa colonial brasileira, com seu núcleo destinado à vida social.

    Como o Alvorada, o Jaburu possui um cinema. E, como o Congresso, tem vários painéis de autoria de Athos Bulcão. Ali, a piscina é mais circular e dá vista para o lago Paranoá.

    Os jardins abrigam diversos pássaros. O principal é a ema, ou, como descrevem os folhetos oficiais, uma ave pernalta do cerrado brasileiro.

    STF

    Outra visita mal-sucedida foi ao Supremo Tribunal Federal. É lá que trabalham os ministros Luiz Edson Fachin, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowski, Teori Zavascki.

    Diferentemente da Câmara (verde) e do Senado (azul), o Supremo elegeu a cor amarela para forrar cadeiras e acarpetar o chão. A Folha esteve lá para conferir no dia 8 (quando Fachin suspendeu o andamento do processo de impeachment aberto pela Câmara –a votação deve ser concluída nesta quinta, 17) e deu com a cara na porta.

    Era justamente o Dia da Justiça e, portanto, quase nada funcionava no órgão.

    Na quarta (9), entretanto, bastou aparecer na entrada e dizer "Quero assistir a um julgamento". Qualquer cidadão brasileiro pode fazer isso e, na experiência da semana passada, pode-se dizer que somos todos muito bem recebidos lá pelos funcionários.

    Basta, como em outros órgãos públicos, em dias úteis, estar a rigor.

    PALÁCIO DO JABURU
    Quando às quartas, das 15h às 17h (conjugada à visita ao Palácio da Alvorada)
    Onde SHTN Asa Norte
    Quanto grátis, retirada de senha a partir das 13h
    Traje sem exigências

    SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
    Quando diariamente, das 10h às 15h30
    Onde praça dos Três Poderes
    Quanto grátis (agendamento necessário nos dias úteis em visitacao@stf.jus.br
    Traje terno e gravata, vestido ou saia no joelho nos dias úteis

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