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    Turismo cubano espera um 2016 de novos recordes e mais desafios

    DA EFE

    09/01/2016 12h00

    Em meio a enormes desafios e após superar a barreira de 3,5 milhões de visitantes no ano passado, Cuba encara com novas expectativas o turismo em 2016, quando espera receber ainda mais estrangeiros –especialmente oriundos dos Estados Unidos, que devem aparecer em maior número com o iminente início de voos regulares à ilha e a chegada de balsas que a ligarão à Flórida.

    O número de turistas americanos em Cuba cresceu quase 75% em 2015 na comparação com o ano anterior. Mais de 147 mil visitantes do país vizinho decidiram conhecer a "ilha proibida" amparados no alívio das restrições às viagens aprovado pelo presidente dos EUA, Barack Obama, no início do ano passado.

    É possível que em 2016 o Congresso dos EUA suspenda a proibição para os cidadãos do país de viajarem como turistas a Cuba, dentro do processo de normalização das relações diplomáticas entre as duas nações. Segundo analistas políticos, a medida pode provocar uma avalanche de 3 milhões de visitantes americanos já no primeiro ano.

    O restabelecimento de voos regulares entre os dois países, suspenso durante décadas, foi um dos primeiros acordos do processo de reaproximação. A previsão é que eles se tornem realidade em meados de 2016, o que contribuirá para um maior fluxo de viagens dos EUA a Cuba. Atualmente, para os americanos, só é possível chegar à ilha em aviões fretados.

    Várias companhias aéreas dos EUA, como American Airlines, Delta Airlines, United Airlines e JetBlue já expressaram interesse em estabelecer conexão direta com Cuba quando o acordo entrar em vigor. O Departamento de Estado americano calcula que haverá 110 novos voos à ilha, 20 diários para Havana e outros dez para o resto do país.

    No meio desse "boom" de turistas, que cresceram 17,8% em 2015 –com Canadá, Alemanha, Reino Unido e França como principais países de origem dos visitantes–, Cuba começa o ano em plena temporada de cruzeiros (de dezembro a abril), período em que atracarão na ilha pelo menos 14 navios, com um total de 90 escalas.

    Isso representará a chegada de 600 mil turistas, segundo cálculos do professor da Faculdade de Turismo da Universidade de Havana José Luis Perelló. Entre eles estão 1.750 estrangeiros que chegaram a Havana na semana passada a bordo do MSC Opera, o maior cruzeiro da história a atracar na ilha.

    Também está previsto para 2016 o início das operações de balsas que ligarão Cuba à Flórida. As obras para habilitar um terminal para esses navios, que poderão transportar quase mil passageiros, já estão em andamento na capital cubana. Seis empresas já estão autorizadas pelos EUA para oferecer o serviço. Outras duas esperam as permissões exigidas pelo governo cubano.

    Além dos americanos, Cuba está de olho nos turistas chineses. Desde dezembro, Havana conta com uma conexão direta para Pequim, o primeiro passo em busca de visitantes asiáticos atraídos pela beleza do Caribe.

    O aumento do fluxo de turistas previsto para 2016 deve criar demanda por hospedagem em Cuba. Atualmente, o país dispõe de 62 mil quartos, dos quais mais de 60% estão sob contrato de comercialização estrangeira e 16% são operados por empresa mista.

    Por isso, as autoridades do setor anunciaram planos para ampliar o número de quartos para 85 mil em 2020, incluindo os mais de 13 mil previstos para serem abertos em "locais de sol e praia" em 2016.

    A rede francesa Accor Hotels, maior grupo hoteleiro da Europa e da América Latina, prevê a inauguração de um hotel de luxo em 2018, que será construído em uma emblemática esquina da capital cubana.

    Além da infraestrutura estatal, existe o que o economista cubano Juan Triana chama de "a segunda rede" hoteleira da ilha, que conta hoje com mais de 21 mil quartos alugados por particulares, assim como 2,7 mil restaurantes, negócios que proporcionam emprego e pagam impostos ao governo cubano.

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