• Turismo

    Friday, 26-Apr-2024 14:02:16 -03

    Criatividade gastronômica estimula turismo e produtores em Belém

    NATHÁLIA MONTEIRO DOS SANTOS
    ENVIADA ESPECIAL A BELÉM

    21/01/2016 02h00

    Desde a sua fundação, Belém tem uma conexão especial com os produtos da terra –açaí, castanha, mandioca. Não à toa, hoje a cozinha é um de seus pilares, a ponto de a capital paraense ter sido incluída, em dezembro, na lista de Cidades Criativas da Gastronomia da Unesco.

    Esse movimento começou a se consolidar há cerca de 40 anos, em grande parte graças a Paulo Martins. Morto em 2010, o arquiteto cresceu entre panelas e desenvolveu um gosto por surpreender o paladar dos amigos.

    Na década de 1970 fundou o Lá em Casa (laemcasa.com ), restaurante que até hoje serve pratos locais e adaptações de receitas que ele criou.

    "O arroz de jambu foi o primeiro prato que usou essa erva fora do tacacá ou do pato", diz Joanna Martins, filha de Paulo e diretora do Instituto Paulo Martins.

    Hoje, o Lá em Casa divide reconhecimento com o Remanso do Bosque (facebook.com/remansodobosque ) e o Remanso do Peixe, de Thiago Castanho. Apesar dos avanços vindos com o pioneirismo de Martins, Castanho conta que muitos clientes (mesmo paraenses) ainda se surpreendem com ingredientes que provam nas casas.

    "As pessoas me perguntavam o que estavam comendo e onde poderiam comprar os produtos", conta ele, que trabalha em parceria com pequenos produtores locais.

    Nos pratos (e na mercearia do Remanso do Bosque) são encontrados ingredientes como rótulos da cervejaria artesanal Amazon Beer, os chocolates feitos por Dona Nena na ilha do Combu e a cachaça de jambu de Leodoro Porto.

    A valorização da cozinha tem levado a Belém investimentos como faculdades de gastronomia e o Centro Global de Gastronomia e Biodiversidade, a ser inaugurado em agosto –parceria entre poder público, Instituto Paulo Martins e Sebrae que incentivará o turismo gastronômico.

    Com o Centro, eventos serão adicionados à agenda local, que já inclui, por exemplo, o Festival Ver-o-Peso (de 21 a 29 de maio). Um deles é o Diálogos Gastronômicos, com chefs de todos os continentes, de 21 a 29 de agosto.

    "A tapioca brasileira, o crepe francês e o taco mexicano são similares", diz Joanna, uma das organizadoras. "A ideia é trazer cozinheiros que trabalham com pratos e ingredientes distintos, mas semelhantes aos nossos, e procurar formas de aprimorá-los."

    *

    MERCADÃO
    Ver-o-Peso começa na madrugada

    É antes do nascer do sol que o mercado Ver-o-Peso, considerado a maior feira livre da América Latina, inicia seu movimento. É quando barcos trazem de peixes a frutas e ervas. À tarde, a atenção vai para o artesanato e os frasquinhos coloridos que prometem curar doenças e mau olhado.

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024