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    especial caribe

    Inexplorada Tobago tem costumes preservados e 54 pontos de mergulho

    GUILHERME SETO
    ENVIADO ESPECIAL A TOBAGO

    28/01/2016 02h00

    Divulgação
    Barcos com fundo transparente em passeio por Nylon Pool, especie de piscina formada em alto mar em Tobago Foto: Divulgacao
    Barcos em passeio pelas piscinas naturais de Nylon Pool, em Tobago

    Uma ilhazinha caribenha de 300 quilômetros quadrados (o mesmo que Ilhabela) e 50 mil habitantes voltou os olhos, em 2015, ao Brasil.

    Tobago –que forma um país com a vizinha Trinidad– pode ainda estar distante do imaginário do viajante médio brasileiro. Mas, há um ano, o governo subsidia voos semanais entre a ilha e São Paulo (com escala em Barbados).

    A bem da verdade, Tobago é mesmo um destino recente: o lugar recebe cerca de 40 mil turistas estrangeiros por ano e não foi tomado por shoppings, vida noturna inflada e grandes redes hoteleiras. Por ali, os costumes locais e a natureza estão mais bem preservados em sua singularidade.

    A nordeste da Venezuela, a ilha tem mais de uma centena de praias, banhadas pelo oceano Atlântico ou pelo mar do Caribe. Daí que, a depender de que lado se está, o cenário muda: no caribenho, dominam as típicas águas de cor turquesa; no atlântico, o mar mais escuro que conhecemos no Brasil.

    A parte sul concentra a estrutura turística, em locais como Pigeon Point, praia preferida dos locais –que falam inglês com forte sotaque, com influências créole e francesa.

    De águas calmas e mornas e a sombra de coqueiros, ela tem clima agitado: quiosques, restaurantes, aulas de stand-up paddle. A estrutura tem preço –literalmente: paga-se US$ 3 (R$ 12) para entrar.

    Flavio Sampaio/Divulgação
    Pôr do sol em Crown Point, praia no extremo sul da ilha, próxima a Pigeon Point
    Por do sol em Crown Point, praia de TobagoFoto:Flavio Sampaio/ Divulgacao

    Mais adiante fica Buccoo, de onde partem tours de catamarã pela costa caribenha.

    Com a embarcação ancorada, faz-se snorkeling nas isoladas praias de Emerald Cove e Cotton Bay, encravadas entre formações rochosas cheias de vegetação, águas esverdeadas e animais. Em Tobago, com facilidade vê-se corais, peixes, enguias, moreias, arraias. Procurando um pouco, tartarugas e lagostas; com sorte (para quem quer), golfinhos e tubarões.

    Na edênica ilha de No Man's Land, a tripulação ajuda os turistas a pescar e a preparar, na grelha, o que vier do mar. Na água, arraias esperam para receber miúdos de peixe das mãos dos turistas.

    A culinária tobaguiana tira sua força do frescor dos ingredientes, em especial frutos do mar e especiarias. Pimentas e a amarga angostura (usada também em bebidas) aparecem com frequência. Um peixe "red snapper" ou uma generosa lagosta custam cerca de 200 dólares locais, os TTs (cerca de R$ 130).

    No mesmo passeio, fica-se conhecendo Nylon Pool, banco de areia que permite "caminhar" no mar do Caribe, em meio a piscinas naturais.

    Caribe e cia

    JARDIM JAPONÊS

    O norte, onde Caribe e Atlântico se encontram, não tem a mesma estrutura que o sul, com o comércio e os hotéis. Mas o isolamento garante tranquilidade. Speyside, a principal praia do norte, é o mais conceituado entre os 54 pontos de mergulho da ilha.

    Lá estão os "Jardins Japoneses", extensão de corais multicoloridos que servem de tapete ao mar que circunda a antiga casa de veraneio do escritor Ian Fleming, autor das histórias do espião James Bond (abandonada, ela está fechada para visitação, mas pode ser vista de fora).

    Flavio Sampaio/Divulgação
    Detalhe de passaros pousados em barco de pesca em praia de Tobago Foto Flavio Sampaio /Divulgacao
    Aves empoleiradas na proa de um barco de pesca na ilha de Tobago, no Caribe

    MAR DE PLÂNCTONS

    Mesmo com o cair do sol, ainda há praia em Tobago. Em todo final de tarde em Pigeon Point, o tobaguiano Duanne Kenny conduz turistas para um périplo pela lagoa de Bon Accord.

    Em pranchas de stand-up paddle ou caiaques, os grupos seguem Kenny até um trecho de mangue, onde a ponta dos remos, com o agito, já gera pequenas explosões de luz na água.

    Em um local específico, o guia sugere que as pessoas entrem na água. A cada movimento do corpo, faz-se a bioluminescência: luzes azuis que acendem e apagam na água, como pequenas estrelas cadentes.

    O fenômeno se dá devido aos plânctons, que reagem a estímulos por meio de reações químicas que produzem luz.

    Envoltos por uma aura brilhante, turistas, peixes e arraias são iluminados, como se fossem fantasminhas submarinos.

    O roteiro de Kenny, de duas horas e cerca de 4 quilômetros (US$ 60, R$ 245; standuppaddletobago.com), segue um trajeto circular, com parada na ilha de No Man's Land para descansar os braços e retomar o fôlego.

    Antes da saída, ele dá lições básicas para remar o caiaque (para fazer o tour com stand-up paddle, aulas devem ser agendadas).

    O jornalista viajou a convite da Divisão de Transportes e Turismo de Tobago

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