Atraído pela história local, o fotógrafo do jornal "Agora" Otavio Valle viajou à Natividade (TO), uma das primeiras cidades do Centro-Oeste brasileiro –fundada no século 18 na então província de Goiás, em pleno ciclo do ouro.

Ele conta que a cidade respira um clima de misticismo, com a mistura de crenças de origem quilombola e católica. Com casas históricas e mais de 250 imóveis tombados pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Artístico Nacional), Natividade mantém ainda hoje tradições do passado.

Como é o caso da produção do tradicional biscoito Amor Perfeito, feito com coco. Valle visitou a casa de uma moradora que aprendeu a fazer o doce com a avó e ainda prepara a iguaria em larga escala, mas de forma artesanal. "O biscoito atrai muitos turistas", contou o fotógrafo.

Outra atividade histórica de Natividade é a feitura de joias tradicionais, utilizando principalmente uma técnica conhecida como filigrana (um trabalho ornamental feito de fios bem finos e bolas de metal), que acontece até hoje na Oficina de Ourivesaria Mestre Juvenal.

Há ainda a presença de moradores como dona Romana, uma senhora nascida em um quilombo na região serrana da cidade. Ela professa que um asteroide colidirá com a Terra para corrigir o eixo do planeta e que nos arredores de Natividade, único lugar poupado da catástrofe, se dará a reconstrução do mundo, explicou Valle.

"Romana criou um santuário, que vai funcionar como abrigo durante o apocalipse", contou. "O local recebe diversos seguidores e membros de comunidades hippies."

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