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    mosquito aedes aegypti

    Apesar de medo do zika, estrangeiros não cancelam viagem para o Brasil

    LUCIANA DYNIEWICZ
    DE BUENOS AIRES
    ISABEL SETA
    DE SÃO PAULO

    11/02/2016 02h00

    3.fev.2016/Reuters
    Turista recebe orientações sobre o vírus em aeroporto no Chile
    Turista recebe orientações sobre o vírus em aeroporto no Chile

    O vírus da zika assusta, mas aparentemente ainda não fez com que turistas cancelassem viagens já programadas a países afetados pelo vírus –nem ao Brasil, o mais afetado pela doença.

    A OMS (Organização Mundial da Saúde) não estabeleceu restrições a viagens, mas alertou para que turistas tomem medidas de precaução.

    A reportagem contatou agências de turismo na Argentina, nos Estados Unidos e em países da Europa (Espanha, França e Inglaterra) e não constatou um número de cancelamentos significativo entre nossos futuros visitantes.

    Nos 13 escritórios da Embratur no exterior, que monitoram agências de viagens e companhias aéreas nos 20 maiores destinos emissores de turistas, o impacto "ainda é circunscrito à gravidez", segundo o presidente da entidade, Vinicius Lummertz.

    "Nenhum dos meus clientes cancelou a viagem", diz Simon Williams, diretor da Bespoke Brazil, agência de turismo britânica especializada no Brasil.

    "Poucas pessoas decidiram adiar a ida [três, de um total de cem clientes], para talvez ir mais tarde neste ano ou no ano que vem. Casais que estão tentando engravidar ou já estão grávidos estão entre os que decidiram adiar", contou o empresário.

    A uruguaia Maite Reyes, 31, esteve no Brasil na segunda semana de janeiro. Então com três meses de gravidez, abusou do repelente para poder aproveitar as férias.

    Reyes não pensou em cancelar a viagem, que estava programada desde outubro. "Eu ouvi sobre o problema [zika e microcefalia] na televisão e me preocupei, mas sabia que era algo que estava atingindo mais a parte norte do Brasil", afirma a estudante de psicologia, que ficou apenas em Santa Catarina. "Mas se a viagem fosse agora, acho que não iria."

    Quinze dias após Reyes voltar para o Uruguai, o ministro da Saúde do país, Jorge Basso, afirmou que as grávidas não deveriam viajar para regiões de risco.

    "A decisão é individual, mas parece recomendável que analisem a possibilidade de não sair do país, sobretudo para zonas com um certo descontrole do vírus", disse.

    Na Argentina, país que mais envia turistas ao Brasil, o governo sinalizou preocupação com quem viajaria ao Brasil e à Colômbia, os dois países com mais casos.

    Na segunda (8), o Ministério da Saúde informou que havia cinco casos de zika no país, todos importados.

    Ainda que não tenha sido recomendado aos argentinos deixarem de vir ao Brasil, o governo afirma que grávidas devem "considerar o risco da viagem" e consultar um obstetra antes de embarcar.

    Como prevenção, também recomenda o uso de roupas claras, mangas longas e repelentes, sobretudo no amanhecer e no entardecer.

    IMPACTO FUTURO

    Uma pesquisa da Reuters/Ipsos mostrou menos disposição de norte-americanos para viajar a Porto Rico, México e América do Sul nos próximos 12 meses por causa do vírus da zika. De acordo com o levantamento, 41% das pessoas que estão cientes da doença estão menos propensas ao turismo –o que pode apontar para uma queda na quantidade de viagens nos próximos meses. Quase metade disse que o vírus não mudou a probabilidade de visitar esses destinos, e o restante não soube responder.

    Companhias aéreas e operadoras de cruzeiros marítimos ainda não relataram quedas nas reservas por causa do zika e analistas minimizaram o impacto que o medo dos "novos futuros pais" pode vir a ter sobre suas receitas.

    A Organização Mundial do Turismo disse em uma nota que é cedo para medir eventuais impactos no setor.

    Segundo a entidade, turistas nessas regiões com zika "devem receber avisos atualizados dos potenciais riscos e medidas apropriadas para reduzir a possibilidade de exposição às picadas".

    Zika nos Estados

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