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    Com chocolates e cerveja, viagem à Bélgica é aventura gastronômica

    JOSIMAR MELO
    ENVIADO ESPECIAL À BÉLGICA

    25/02/2016 02h00

    Pouca gente deve pensar em ir à Bélgica em busca de uma aventura gastronômica. Menos ainda se a viagem for a Flandres, no norte do país. Mas a região guarda muitos sabores.

    O país tem seu nome associado a ao menos dois produtos gastronômicos –cerveja e chocolate– que fazem jus à fama. E há dezenas de estrelas "Michelin" espalhadas, além de um rico movimento de jovens chefs. Assim, chegando a Bruxelas, não receie tomar o rumo norte. E bom apetite.

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    Gastronomia local se renova com chefs promissores

    Se o viajante que rumar para o norte da Bélgica buscar por experiências gastronômicas, não ficará decepcionado.

    Tendo como base o guia "Michelin", por exemplo, encontrará no país 110 restaurantes estrelados, dos quais 77 ficam em Flandres –inclusive os três que detêm a cotação máxima, de três estrelas.

    No mínimo, a proximidade com a França, a oeste, deve explicar em parte a existência de restaurantes tão sofisticados quanto criativos.

    Parece que a região vem superando um passado muito ligado a "especialidades" típicas, como batatas fritas e waffles, mexilhões com fritas, endívias e aspargos gratinados, cozidos e salsichões.

    A onda de valorização de ingredientes locais joga a favor da Bélgica, mais ainda no norte, onde, além da riqueza de produtos do outono e inverno –caça e cogumelos–, existe a proximidade do frio mar do Norte, com espetaculares pescados e frutos do mar.

    Disso se beneficiam chefs como os mais estrelados da região: Peter Goosens (do Hof van Cleve; hofvancleve.com ), pioneiro da grande cozinha local; o jovem Gert De Mangeleer (do Hertog Jan; hertog-jan.com ), com produtos brotando na enorme horta que ladeia a casa; e outro veterano, Geert van Hecke (do De Karmeliet; dekarmeliet.be ).

    Outro aspecto simpático é que, como ocorre em outros pontos da Europa, há profusão de restaurantes espalhados pelo caminho, no campo.

    É claro que em Antuérpia, maior cidade de Flandres, há belos restaurantes –o moderno 't Zilte (tzilte.be ) é um exemplo. Mas, para cada um como esse, haverá outros a exemplo do In de Wulf (indewulf.be ), em Dranouter, no campo (ambos duas-estrelas).

    A eclosão de novos chefs de relevo tem sido incentivada pelas autoridades, que lançaram o movimento dos Kitchen Rebels de Flandres, agrupando 25 chefs promissores com menos de 35 anos.

    Seus restaurantes são heterogêneos. Há alguns de corte clássico –como o Bistro Margaux (bistromargaux.be ), do chef Thomas Locus, na periferia de Bruxelas– até o vibrante e moderninho Volta (volta-gent.be ), do chef Davy De Pourcq, na linda Gante. Em todos, uma boa dose de inquietação.

    A maior surpresa ficou em um restaurante na praia, em Nieuwpoort. Nesta cidade turística, conhecida pelos pratos do mar, fica o restaurante Carcasse (carcasse.be ): uma churrascaria –a única que conheço– em que o proprietário produz seus pratos da terra à mesa.

    A família de Hendrik Dierendonck cria o gado da raça local (a West Vlaams Rood), que luta por preservar, matura a carne a seco, vende-se em seus açougues e serve-a no restaurante, grelhada impecavelmente na brasa.

    Bélgica

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    Turista conhece produção de cerveja e chocolate

    Chocolate belga é icônico no mundo todo, e isso não se deve somente à grande indústria produtora de matéria-prima exportada para centenas de países –Brasil inclusive.

    Há também produtores mais artesanais que garantem uma aura de sofisticação.

    Passeando em Antuérpia, não faltam lojas e casas de chá para se provar vários deles. Mas vale a pena conhecer de perto o trabalho de pelo menos dois "chocolatiers".

    Jitsk Heyninck tem uma pequena e charmosa loja onde produz seus bombons usando matéria-prima garimpada, com exclusividade, por um fornecedor de Londres.

    Já Dominique Persoone é uma celebridade local. A base de sua The Chocolate Line (thechocolateline.be ) fica em Bruges, de onde despacha pralinées (doce crocante) para vários dos melhores restaurantes do mundo, e supervisiona sua nova aventura –ele comprou uma fazenda no México para produzir o próprio chocolate. Mas em Antuérpia também é possível encontrar seus produtos, na descolada loja da marca.

    Em Bruges é possível visitar o museu do Chocolate (choco-story-brugge.be ), onde é mostrada a história do produto e sua confecção, e são oferecidos workshops, nos quais os visitantes o preparam –e, elementar, o provam.

    QUEIJOS COM CERVEJA

    Para conhecer os bastidores de outro produto icônico do país, a cerveja, uma boa sugestão de visita, em Antuérpia, é a cervejaria De Koninck (dekoninck.be ), marca e prédio históricos (que hoje pertencem ao grupo da cerveja Duvel).

    Ali existe um sistema didático de visitação, que mostra o passo a passo da produção.

    É uma escala bem diferente da que presenciei, por exemplo, com Chris Vandewalle, que produz sua cerveja literalmente no quintal de casa, em Lo-Reninge.

    Membro de uma família que entrou no ramo há dez gerações, mas recentemente havia interrompido a produção, ele retomou a tradição com sua deliciosa linha Seizoensbrouwerij Vandewalle (seizoensbrouwerij.be ).

    Mas para mergulhar no vasto universo da cerveja belga, melhor mesmo sentar-se numa taverna –como a Bier Central (biercentral.eu; 300 rótulos, 20 chopes)– e viajar pelos mais variados estilos (das lambic e geuze à abadia e trapista).

    E se quiser um bom queijo local para acompanhar a cerveja... Peça conselhos na Van Tricht (kaasaffineurs-vantricht. ), uma empresa de maturação de queijos, principalmente (mas não só) locais.

    Os proprietários que lhe dão nome, pai e filho, são especialistas em estudar e recomendar a harmonização dos dois produtos.

    O jornalista viajou a convite do Visit Flandres

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    PACOTES PARA A BÉLGICA

    R$ 651,83
    Valor do pacote para seis noites no hotel NH, em Bruges. com café. Sem aéreo ou extras. No Decolar: decolar.com

    R$ 2.229
    Valor por pessoa para dez noites em Antuérpia, no hotel Tryp by Windham. Sem refeições ou extras, com passagens aéreas. No Submarino: (11) 4003-9888; submarinoviagens.com.br

    € 616 (R$ 2.694)
    Pacote de quatro noites no hotel Hilton Antwerp Old Town, em Antuérpia. Inclui apenas café, sem extras. Reservas: 0800-8914118; hilton.com

    € 720 (R$ 3.148)
    Preço por pessoa para seis noites entre Amsterdã, Bruxelas e Bruges, com café. Sem aéreo, inclui traslados e passeios. Na Venice: (11) 3087-4747; veniceturismo.com.br

    US$ 799 (R$ 3.170)
    Cinco noites, entre Bruxelas e Bruges, com café. Valor por pessoa, inclui traslados e trecho ferroviário entre as cidades. Sem aéreo. Na Abreu: (11) 2860-1840; abreutur.com.br

    R$ 4.181
    Pacote de seis noites entre Amsterdã, Bruges e Bruxelas, com café da manhã. Sem aéreo, inclui traslados e tours em Bruxelas, Ghent, Bruges e cidades holandesas. Na Ahoba: (11) 5594-2023; ahobaviagens.com.br

    R$ 5.410
    Pacote de 14 noites na região de Flandres, sem refeições ou passeios. Inclui aéreo. Na Viaje Bem: (11) 3266-3070; viajebem.tur.br

    US$ 1.380 (R$ 5.475)
    Pacote de sete noites, entre Amsterdã (Holanda) e Bruxelas, com café e mais cinco refeições. Inclui city tours em Amsterdã, Bruxelas e Antuérpia e traslados. Sem aéreo. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br

    € 2.252,63 (R$ 9.851)
    Pacote de 11 noites entre Berlim, Frankfurt (Alemanha), Amsterdã, Paris, Bruges e Bruxelas. Inclui café e passeios em todas as cidades. Sem aéreo. Na Visual: (11) 3235-2000; visualturismo.com.br

    € 2.600 (R$ 11,4 mil)
    Pacote de 11 noites entre Berlim, Frankfurt (Alemanha), Amsterdã (Holanda), Paris (França), Bruges e Bruxelas. Inclui café, passeios panorâmicos e acompanhamento de guia. Sem aéreo. Na Tereza Ferrari: (11) 3021-1699; terezaferrariviagens.com.br

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