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    No norte da Itália, comida é o fio condutor dos passeios

    BRUNO AGOSTINI
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM SPILIMBERGO (ITÁLIA)

    31/03/2016 02h00

    Bruno Agostini/Folhapress
    Queijos e embutidos expostos em venda de Spilimbergo
    Queijos e embutidos expostos em venda de Spilimbergo

    Helena Rizzo passou pouco tempo em Spilimbergo, uma vila na região de Friuli, no norte da Itália. Isso foi em 1999, e ela estava no momento de transição entre as carreiras de modelo e de chef –foi nesta que ela chegou a ser eleita a melhor do mundo entre as mulheres pela revista britânica "Restaurant".

    Ela saía todos os dias para trabalhar no restaurante La Torre, atravessando a rua principal da cidade. Até hoje o açougueiro suspira por ela, e, em uma visita de apenas um dia à cidade, é possível escutar falar de Helena inúmeras vezes quando você se apresenta como brasileiro –especialmente se estiver nos bares e restaurantes do lugar, onde se come bem.

    Como quase sempre acontece na Itália, a gastronomia se torna o fio condutor do roteiro. A começar pelo próprio restaurante La Torre, no qual a chef do paulistano Maní trabalhou e que não apenas é o mais conhecido da cidade, mas também o mais emblemático. Localizado no castelo medieval de Spilimbergo, ele tem dois salões acolhedores, com paredes de pedra.

    Bruno Agostini/Folhapress
    Presunto cru e outros embutidos de produtores locais, em Spilimbergo
    Presunto cru e outros embutidos de produtores locais, em Spilimbergo

    O chef Marco Talamini dá pinceladas autorais na cozinha e monta menus com ingredientes locais. Há pratos como a bochechinha de vitelo ao molho de vinho tinto Refosco dal Peduncolo Rosso, com purê de aipo-rábano e páprica, e o nhoque de batata com fonduta de queijo Asìno e pera caramelada.

    Menus-degustação custam entre € 30 e € 40 (de R$ 123 a R$ 165). A boa carta de vinhos dá destaque para os rótulos do Friuli.

    A mesma família de um dos sócios do La Torre administra outro restaurante da região, mais popular, que fica a uma curta viagem de carro a partir do centro.

    Parte da fama do lugar vem da polenta frita. Crocante e saborosa, é geralmente servida ao lado do bacalhau mantecato (R$ 41), outra especialidade local. A seleção de pratos acompanha a sazonalidade, como é o caso do cozido de mexilhões (R$ 25) e das lulas salteadas com espinafre (R$ 32).

    Outro ponto em que o turista pode parar e aproveitar para comer mais um pouco é a Osteria da Afro. Também um pequeno hotel, o lugar conta com carta de vinhos voltada aos rótulos da região.

    O cardápio é servido em um acolhedor salão, com decoração marcada pelo cortador de presunto cru –item que pode ser servido como entrada.

    O cardápio segue a linhagem mais tradicional e apresenta receitas como linguiça glaceada no azeite balsâmico com polenta, espaguete ao ragu de pato (ambos a R$ 35), fígado alla veneziana (R$ 53), entre outros.

    Bruno Agostini/Folhapress
    Vista do centro de Spilimbergo, no norte da Itália
    Vista do centro de Spilimbergo, no norte da Itália

    FOTOGRAFIA E COMIDA

    Vários bares e restaurantes de Spilimbergo são decorados com fotos da cidade. É o caso da Enoteca La Torre, que não deve ser confundida com o restaurante La Torre, onde Helena Rizzo trabalhou.

    O bar, bem na zona histórica, é cheio de fotos nas paredes, tem mesas espalhadas em um pequeno salão e na parte externa, e serve vinhos locais a preços bem atraentes (a partir de € 2, ou cerca de R$ 8, a taça).

    O proprietário da casa, que é o autor das fotos, prepara massas surpreendentes. É o lugar para pedir uma porção de prosciutto di San Daniele, o famoso tipo de presunto cru, produzido na localidade de mesmo nome –que fica bem ali, do outro lado do rio Tagliamento. Vários dos produtores, aliás, recebem turistas em roteiros organizados por operadoras locais, a preços variados.

    O município reserva ainda boas opções de padarias, sorveterias e rotisserias.

    Aos domingos, quando a cidade recebe uma espécie de mercado a céu aberto, as barracas de comida estão entre as mais concorridas, e servem vinhos, queijos e embutidos, além de faisão assado, mel, frutas e legumes.

    *

    CONHEÇA HELENA RIZZO

    Eduardo Knapp/Folhapress
     SÃO PAULO, SP, BRASIL, 24-04-2014 11h21: Gastronomia: a chef de cozinha Helena Rizzo, em seu restaurante Maní, em São Paulo (SP). (Foto Eduardo Knapp/Folhapress.COMIDA)
    A chef de cozinha Helena Rizzo, em seu restaurante Maní, em São Paulo

    VIDA
    Nasceu em 1978 em Porto Alegre e vive em São Paulo. Morou durante temporada em Spilimbergo, na Itália

    ESTÁGIO
    Estagiou no espanhol El Celler de Can Roca, considerado um dos melhores restaurantes do mundo

    EMPREENDIMENTOS
    Maní, Padoca do Maní, Manioca (espaço de eventos) e Manioca (restaurante)

    PRÊMIOS
    Eleita a melhor chef mulher do mundo em 2014 pela revista britânica 'Restaurant'. No ranking mundial 50 Best, da publicação, o Maní é o 41º colocado; na lista da América Latina, o 8º melhor

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