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    Após ataques terroristas, Tunísia tenta recuperar o turismo no país

    DA REUTERS

    25/04/2016 02h00

    Abdeljalil Bounhar/Associated Press
    Banhistas no balneário de Sousse, na Tunísia,que sofreu um ataque terrorista em 2015
    Banhistas em Sousse, na Tunísia,que sofreu um ataque terrorista em 2015 que deixou 38 mortos

    A Tunísia espera atrair 5,5 milhões de turistas estrangeiros neste ano, o mesmo número de visitantes que o país recebeu em 2015, após um aumento na segurança dos hotéis e uma busca por novas fontes de financiamento no turismo para compensar as consequências dos ataques terroristas que o país sofreu recentemente, disse a ministra do Turismo do país.

    Selma Elloumi Rekik disse que está pedindo aos líderes europeus que ajudem a Tunísia baixando as recomendações contra viagens para o país do norte da África –principalmente após o ataque a um resort no país em junho do ano passado, que deixou 38 turistas mortos, a maior parte deles britânicos.

    A ministra contou que a reserva de voos está voltando a crescer e que o país tem se esforçado em conseguir novos visitantes com o oferecimento de novos tours, como safáris no deserto e programações específicas sobre turismo medicinal.

    O turismo representa 8% do PIB (Produto Interno Bruto) da Tunísia e é fundamental na entrada de dinheiro estrangeiro no país e na criação de empregos.

    No ano passado, o número de turistas que visitou o país caiu para 5,5 milhões, o menor número em décadas, após uma série de agências europeias e operadoras de cruzeiros suspenderem suas operações no destino após o ataque em Sousse, cidade na costa oriental. A receita com turismo caiu então 35%, para US$ 1,5 bilhão (R$ 5,4 bilhão).

    Três meses antes do ataque que deixou 38 pessoas mortas no resort, 21 turistas foram mortos por homens armados no Museu do Bardo, na capital Túnis. A autoria de ambos ataques foi creditada ao Estado Islâmico.

    A queda nas receitas com turismo contribuiu para um menor crescimento econômico do país –de acordo com dados oficiais, a Tunísia deixou de crescer 2,3% ao ano para crescer 0,8%.

    Segundo a ministra do Turismo, porém, apesar de todas as dificuldades, há indícios que o número de visitantes em 2016 não será mais baixo que em 2015.

    Além do aumento no número de reservas de voos, algumas agências internacionais estão voltando a fazer excursões no país.

    "Nós esperamos receber 5,5 milhões de turistas, como no ano passado. Existem alguns indícios de que reservas de última hora irão aumentar neste ano por causa da estabilidade na segurança que estamos vivendo", disse a ministra.

    Contudo, mais de cem hotéis fecharam as portas desde o ataque de Sousse, enquanto algumas companhias cancelaram rotas, cruzeiros e pacotes na região.

    O governo divulgou no ano passado que mil policiais armados irão patrulhar hotéis e atrações turísticas. O presidente, Beji Caid Essebsi, declarou que o estado de emergência no país seria estendido, o que dá ao Executivo e às Forças Armadas um poder maior para operações militares.

    Zoubeir Souissi/Reuters
    A ministra do Turismo da Tunísia, Selma Elloumi Rekik
    A ministra do Turismo da Tunísia, Selma Elloumi Rekik

    VISTOS MAIS FÁCEIS

    O Banco Central da Tunísia divulgou neste mês que a receita vinda do turismo nos primeiros dois meses de 2016 caiu para 182 milhões de dinars (R$ 322 milhões), valor 54% menor se comparado ao mesmo período do ano passado.

    Elloumi Rekik disse, porém, que a Tunísia está diversificando a promoção de seu turismo cultural –principalmente, safáris pelo Saara e pacotes de turismo medicinal, que dá acesso a tratamentos terapêuticos e de cosméticos típicos do país.

    Ela também espera um acordo para entrar em uma política de "Open Sky" com a Europa, em que não haveria barreiras e limites para voos comerciais entre os dois países.

    "As negociações chegaram a um momento importante", contou.

    A ministra também disse que começou um trabalho para facilitar a obtenção de visto para diversos países, incluindo o desenvolvimento em poucos meses de um visto eletrônico para diminuir a burocracia na hora de conseguir a liberação para visitar o país.

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