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    Falésias guardam praias de ar exclusivo em ilha no 'Caribe francês'

    MARI CAMPOS
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NA CÓRSEGA

    19/05/2016 02h00

    "À saluta", diz-se nos brindes na animada noite de Porto Vecchio, cidade fortificada que é um dos principais destinos de turistas. Eles também adoram as ilhotas Lavezzi, cercadas por mar azul, e se divertem com o povo de modos espalhafatosos.

    O cenário e os sotaques têm tudo de italianos, mas ficam na França: a Córsega, no mar Mediterrâneo, é possessão francesa desde 1769, mas não esconde o passado genovês, expresso inclusive no "cantado" dialeto local.
    Para entender melhor por que a ilha é conhecida como Caribe europeu, bom lugar é Bonifácio, cidade erguida sobre uma imensa falésia de calcário debruçada sobre o mar.

    O casario, que serviu de fortaleza pelos séculos em que a região foi rota de guerras, se equilibra entre o paredão branco e o Mediterrâneo. Lá em cima, vê-se uma babel de referências culturais e arquitetônicas -a cidade foi fundada no século 9o.

    No nível do mar, a falésia esconde surpreendentes cavernas, em que barquinhos entram em dias de mar calmo (diz-se que, na que foi batizada de Pequeno Dragão, a luz do sol, incidindo pela fresta de abertura, pode formar o mapa da Córsega na parede).

    A costa guarda locais com ares exclusivos, como Palombaggia, com praias de mar calmo, a ilha de Cavallo e Calvi. Cheia de iates, a cidade medieval é ligada a Nice por balsas e guarda preciosidades históricas como a catedral de São João Batista e a imagem de Cristo dos Milagres -que, segundo os corsos, teriam protegido o local contra diversas invasões.

    Percorrendo outros pontos do litoral o viajante se dá conta com mais clareza da geografia montanhosa da ilhota (de área que equivale a menos da metade de Sergipe).

    Em Piana, os "calanches", patrimônio natural da humanidade, são paredões de granito cor-de-rosa que chegam a 300 metros de altura e se estendem por dois quilômetros de estrada. Foram apelidados de fiordes do Mediterrâneo.

    Mais para o interior, a vegetação ora tem bosques recortados por riachos, ora se torna agreste, marcada pelo arbusto maqui –que espalha um perfume semelhante ao do alecrim e da alfazema.

    Em Corte, antiga capital local, a trilha da Restonica leva ao lago de Melo, com 20 metros de profundidade. Em outro extremo, um mirante no topo da colina permite ver o relevo de casas de pedra encarapitadas nos morros –e, no bar instalado por ali, o costume é provar a Pietra, cerveja local que leva a mesma castanha que alimenta os porcos das estradas corsas.

    À mesa, nessas regiões, revela-se mais da diversidade local. Diferentemente do cardápio da costa, que é baseado em frutos do mar, os pratos típicos no interior são reforçados, calóricos: queijos, charcutaria e caça estão em restaurantes e mercados.

    Antes de deixar a ilha, na capital, Ajaccio (onde fica o maior aeroporto local), o turista pode saber mais do filho mais ilustre do lugar: Napoleão Bonaparte. A casa onde viveu durante a infância, a Maison Bonaparte, virou um museu sobre ele.

    Outra atração é o Palais Fesch, museu com o segundo maior acervo de pinturas italianas da França –só perde para o do Louvre.

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