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    Turista pode 'se atracar' ao vinho na região do Porto, no norte de Portugal

    IVAN FINOTTI
    ENVIADO ESPECIAL A PORTUGAL

    14/07/2016 02h00

    Um dos vinhos mais famosos do mundo, o do Porto é bem diferente daquele tinto ou branco que estamos acostumados a beber durante o almoço, jantar ou numa festa sofisticada.

    De consistência licorosa e sabor doce e muito forte, é apreciado normalmente antes ou ao final da refeição, acompanhado de queijos ou frutas secas. As taças usadas são pequeninas, menores do que as dos demais vinhos. O teor alcoólico também é mais forte, chega a cerca de 20%.

    Outra diferença é que não há uvas específicas, como cabernet sauvignon ou malbec, e sim uma mistura de diversas castas da região do Douro, como a touriga nacional e a tinta cão.

    Há, entretanto, tipos como ruby, tawny ou vintage, dependendo das características de produção e envelhecimento. Alguns deles ficam em barris por dois ou três anos, outros por 40.

    Basicamente, o que faz um vinho do Porto é a interrupção da fermentação após dois ou três dias da maceração. Essa interrupção é feita com a injeção de aguardente vínica, fazendo com que só parte do açúcar se transforme em álcool.

    Daí o vinho do Porto ser chamado de vinho fortificado. Bem fortificado, aliás, já que essa aguardente, com 77% de teor alcoólico, responde por 20% do volume da bebida.

    FALA-SE INGLÊS

    Respondendo por mais de 40% das exportações de vinho de Portugal, chama a atenção que muitos produtores dessa variedade tenham nomes ingleses: Graham's, Warre's, Dow's, Smith Woodhouse, Cockburn's, Taylor's e por aí vai.

    A razão vem de longe. Ainda no século 14, um tratado anglo-português concedeu aos comerciantes de cada país o direito a residir no território do outro, assim como comercializar em condições de igualdade com os concorrentes nativos.

    Muitos ingleses estabeleceram-se em Portugal e, já no século 17, aproveitaram uma proibição temporária de exportação de vinhos franceses para a Inglaterra para suprir o mercado.

    A aguardente teria sido adicionada à receita para que a bebida aguentasse a viagem –e o vinho do Porto caiu no gosto do mercado.

    Uma das cidades mais bonitas da Europa, com o Douro refletindo suas luzes, Porto é a parte que fica ao norte do rio. Ao sul, há Vila Nova de Gaia, com dezenas de galpões das produtoras de vinhos do Porto e o hotel cinco estrelas The Yeatman (the-yeatman-hotel.com ).

    O lugar pertence à Taylor's (olha os ingleses aí de novo), empresa fundada em 1692 e que detém 17,5% do mercado mundial de vinho do Porto (taylor.pt ).

    O Yeatman segue essa tradição: trata-se de um "wine hotel", ou hotel vínico, no português de Portugal, com spa, jantares vínicos (harmonizados), degustações e uma adega com 25 mil garrafas.

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    O jornalista viajou a convite da importadora Qualimpor

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