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    Turismo de vinhos em Portugal atrai cada vez mais brasileiros

    IVAN FINOTTI
    ENVIADO ESPECIAL A PORTUGAL

    14/07/2016 02h00

    "O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia / Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia / Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia" (Fernando Pessoa-Alberto Caeiro)

    Passear por Portugal fazendo enoturismo é como estar dentro desse poema de Fernando Pessoa. A cada lugar visitado, não tenha dúvida: o vinho dali é melhor do que aquele que corre por qualquer outra aldeia.

    E como culpar o português dessa poética verdade? O brasileiro já compreendeu. Já visita há muito tempo o Alentejo, uma das mais tradicionais enorregiões do país, a leste de Lisboa.

    A vinícola Herdade do Esporão (esporao.com ), por exemplo, recebe cerca de 30 mil visitantes por ano, dos quais 10 mil são brasileiros.

    Ali, pode-se passear pelo campo, pelas adegas e aproveitar o restaurante com vista para o lago.

    Atividades mais lúdicas incluem colher azeitonas (na época certa) ou misturar vinhos de diversas uvas para fazer o seu próprio blend.

    O vinho alentejano é geralmente escuro e com corpo, bom de se beber desde jovem.

    O enoturismo, oferecido desde 1997, gera cerca de 2% da receita anual da empresa, vizinha a Évora (onde se deve visitar a capela dos Ossos).

    O restante vem dos vinhos (80%) e das diversas variedades de azeite, já comuns nos supermercados brasileiros.

    Uma bela opção de hospedagem por ali é o Convento do Espinheiro, uma construção que data do século 16 transformada em hotel de luxo (conventodoespinheiro.com ).

    Foi onde ficou a reportagem. Atenção: alguns quartos têm quadros macabros, com figuras estranhas a encará-lo durante o sono.

    JOGANDO VERDE

    A região do Minho, no noroeste de Portugal, é a responsável pelos famosos vinhos verdes. Verde, no caso, se refere a pouco maduro, pois ele costuma ser bebido entre três e seis meses após a colheita.

    Segundo português mais exportado (atrás do vinho do Porto), tem uma denominação que causa polêmica. Alguns produtores, insatisfeitos com a qualidade dos vinhos verdes mais famosos, simplesmente abandonaram o nome.

    É o caso da Quinta do Ameal, que produz apenas quatro vinhos brancos (um deles, espumante) e todos com uma única casta de uvas, a chamada loureiro.

    Leves, frutados e orgânicos, já são exportados para 15 países sem o rótulo "verde".

    A quinta (quintadoameal.com ) oferece também duas casas e três suítes, algumas com churrasqueiras próprias e chuveiros externos. No mesmo espírito de quem foca vinhos especiais, a hospedagem ali é para quem pode.

    EM DEGRAUS

    O rio Douro, que corta o norte do país, tem uma história vinícola bem diferente.

    Antes, a produção da região era destinada quase que exclusivamente à fabricação do vinho do Porto, cidade onde o rio deságua.

    Recentemente, os produtores passaram a arriscar cortes próprios e vêm se destacando.

    Bom exemplo é a Quinta do Crasto (quintadocrasto.pt ), com vinhos tão classudos e potentes quanto a seleção portuguesa que ganhou a Eurocopa, no domingo (10).

    A quinta oferece visitas, jantares e, para poucos, hospedagem. A região é das mais bonitas, com vinhedos plantados em degraus, delineados com o xisto da região.

    Veja opções de pacotes para conhecer vinícolas em Portugal.

    O jornalista viajou a convite da importadora Qualimpor

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