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    Europa terá companhia aérea 'voe quanto puder' (por R$ 10 mil por mês)

    DE SÃO PAULO

    16/07/2016 02h00 - Atualizado às 12h21 Erramos: esse conteúdo foi alterado

    Divulgação
    Avião da SurfAir, empresa que oferece voos ilimitados a clientes que pagam uma taxa mensal; nascida na Califórnia, vai começar a operar na Europa em outubro de 2016
    Avião da SurfAir, empresa que oferece voos ilimitados a clientes que pagam uma taxa mensal

    Imagine não precisar perder horas pesquisando preços de voos e poder chegar ao aeroporto sem se preocupar com o tempo a ser gasto na fila dos controles de segurança.

    Essas são duas das vantagens oferecidas por empresas que são uma espécie de mistura entre Uber e Netflix da aviação. Elas permitem que o usuário pague uma taxa mensal para pegar quantos voos quiser entre determinados aeroportos –e reserve suas passagens com 20 minutos de antecedência, por um aplicativo.

    Ao menos para uma delas, a SurfAir, a coisa parece estar dando certo. Na semana passada, a empresa, nascida na Califórnia (EUA) em 2013, anunciou que vai expandir seus serviços para a Europa ainda neste ano.

    A partir de outubro, os associados poderão viajar entre sete cidades no continente: Londres (no aeroporto de Luton; na Inglaterra), Dublin (na Irlanda), Zurique, Genebra (ambas na Suíça), Paris, Cannes (as duas na França) e Ibiza (na Espanha).

    No futuro, provavelmente em 2017, Berlim (Alemanha), Barcelona (Espanha), Amsterdã (Holanda) e Milão (Itália) serão adicionadas ao mapa de rotas.

    Para ter o direito de usar o serviço, será preciso pagar uma taxa de associação de £ 1.000 (R$ 4.300) e mais £ 2.500 (R$ 10,7 mil) por mês, no plano mais básico –nos EUA, a taxa mensal é de US$ 1.950 (ou R$ 6.300)

    Com quatro jatos (com capacidade para menos de dez pessoas cada um) na Europa, a empresa fará voos diários entre os destinos, em dias úteis; pelo serviço, o usuário pode reservar um lugar, se houver assentos disponíveis, até 20 minutos antes da decolagem.

    Dependendo do plano pago, é possível ter até seis voos agendados –mas, potencialmente, pode-se tomar quantos voos quiser ao longo do mês. Segundo a empresa, um usuário americano chegou a pegar 26 voos em 30 dias.

    Os aeroportos não são os tradicionais, mas terminais menores e executivos. Na prática a coisa funciona como um fretamento particular –por isso, não há necessidade de passar por controle de segurança, por exemplo, e é possível aparecer para o voo 15 minutos antes da decolagem. A SurfAir diz, no entanto, que é uma companhia aérea comercial –e que seus usuários economizam duas horas a cada voo.

    "Achamos que o modelo é mais atraente na Europa do que na Califórnia, porque há um número maior de cidades relativamente próximas e um alto grau de frustração com as companhias aéreas e aeroportos existentes", disse ao jornal "Financial Times" o fundador da empresa, Simon Talling-Smith, ex-executivo da British Airways.

    "O que provavelmente é mais importante para nossos associados é que tiramos o transtorno dos grandes aeroportos e grandes aviões."

    Nos Estados Unidos, a SurfAir tem 3.000 associados e conecta 12 cidades, entre os Estados de Califórnia e Nevada, com 12 aviões –que fazem até 90 voos por dia. Segundo o "FT", a empresa espera ter seu primeiro período de lucro no próximo trimestre.

    Talling-Smith afirma que os planos de expansão preveem operar, até 2021, 70 aviões nos EUA, 50 na Europa, 20 no Oriente Médio e 20 na Índia.

    O "Financial Times" lembra que, apesar de empresas semelhantes já terem encerrado as operações –caso da Beacon, de Nova York, e da europeia Take Air–, o modelo de negócios pode ser considerado uma tendência.

    A própria SurfAir foi classificada pela revista "Forbes" como uma das empresas americanas mais promissoras no ano passado. No Texas, em 2014, foi lançada a Rise; em fevereiro deste ano, a OneGo, com voos para todos os EUA.

    Na Austrália, a Airly planeja iniciar as operações ainda em 2016; na Europa, a britânica Fly Club Air deve ser lançada no ano que vem.

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