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    mosquito aedes aegypti

    Turismo de Miami já sente impactos do vírus da zika, diz consultoria

    DA REUTERS

    27/08/2016 02h00

    Alan Schein/Image Source
    Visata aérea de Miami Beach
    Vista aérea de Miami Beach

    Turistas fizeram menos reservas de hotéis e as tarifas aéreas para Miami ficaram mais baratas desde que o vírus da zika foi detectado na região. É o que mostram dados revisados pela agência Reuters.

    Hotéis reservaram 2,9% menos quartos no distrito central de Miami e nas áreas ao norte nas primeiras três semanas de agosto, em comparação ao mesmo período do ano passado, segundo a consultoria STR.

    A região inclui o distrito das artes de Wynwood, onde, em 29 de julho, autoridades da Flórida confirmaram casos de pessoas infectadas pelo vírus –as primeiras transmissões autóctones nos Estados Unidos.

    A queda nas reservas hoteleiras pode ser um sinal precoce do efeito do vírus na robusta indústria turística de Miami, que movimentou US$ 24,4 bilhões em 2015, segundo o Greater Miami Convention and Visitor Bureau.

    A diferença, nas áreas norte e de Downtown Miami, representa uma ruptura em uma grande sequência de crescimento nas reservas, que vem desde 2010.

    De janeiro a julho de 2016, a estadia de turistas em hotéis havia crescido 1,2% em relação ao ano passado, segundo a STR. Mas, na semana encerrada no último dia 20, o número de quartos vendidos caiu 4,2% em relação à mesma semana de 2015.

    Jan Freitag, vice-presidente sênior da consultoria, disse à Reuters que o declínio não se deu porque os números do ano passado foram anormalmente grandes, e que ele poderia, sim, refletir o impacto da preocupação com o vírus da zika.

    "Não sabemos o suficiente ainda", afirma, acrescentando que, para uma conclusão mais concreta, seriam necessários dados de ao menos mais dois meses e uma análise do tráfego de viajantes vindos da Europa e do Brasil, que estão entre os maiores emissores de turistas para o sul da Flórida.

    "O vírus da zika não é só uma séria ameaça à saúde pública: tem potencial para ser uma ameaça igualmente séria à economia local", diz o analista da indústria de viagens Henry Harteveldt, para quem a preocupação com o vírus provavelmente contribuiu com o declínio no turismo em Miami.

    PASSAGENS AÉREAS

    Nesta semana, autoridades relataram novas infecções pelo vírus da zika em Wynwood e um caso a centenas de quilômetros de distância, no condado de Pinellas County, na costa do Golfo.

    Os CDC (Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA) disseram que mulheres grávidas receosas com a exposição ao vírus devem evitar todo o condado de Miami-Dade.

    Os órgãos de turismo de Miami afirmam que a administração dos hotéis não fez alertas sobre cancelamentos ligados ao vírus da zika. "É cedo para dizer, a partir dos dados, que a zika teve impacto no turismo. Isso não aparece tão rapidamente", diz William Talbert, diretor do Greater Miami Convention and Visitors Bureau.

    Em um indicativo de que companhias aéreas têm tentado estimular a demanda a partir de e para Miami, as tarifas ficaram mais baratas em relação a um ano atrás, segundo uma análise das principais rotas domésticas dos EUA feita pela Harrell Associates, à qual a Reuters teve acesso.

    As tarifas de lazer em rotas de Miami caíram 9% no final de julho, em comparação ao ano passado; as que tinham Fort Lauderdale como destino ficaram 14% menores, segundo os dados da Harrell Associates. As amostras das tarifas foram levantadas nos dias 18 e 25 de julho.

    Desde que os primeiros casos de zika foram anunciados, a queda nas taxas a partir de e para Miami aumentou para 16%; para Fort Lauderdale, 18%, segundo a análise. Esses dados foram colhidos em 15 e 22 de agosto.

    No país, as tarifas de lazer em meados de agosto estão 3% mais baratas do que no ano passado, segundo a Harrell Associates.

    A American Airlines, a de maior porte em Miami, não quis comentar mercados individualmente, nem se o vírus poderiam impactar seus negócios. Sua principal rival na região, a JetBlue Airways, também não comentou.

    MIAMI BEACH

    Apesar de a região de Miami Beach continuar a ver alta na demanda hoteleira em agosto, a taxa de crescimento parece estar em ritmo menor: de 6,4% mais alta nos primeiros sete meses do ano comparados ao mesmo período de 2015, para 2,6% neste mês, segundo os dados da STR.

    A mesma tendência vale para os condados de Miami-Dade e Monroe.

    De acordo com a consultoria, Miami Beach tem cerca de 2,5 vezes o número de hotéis de Downtown Miami e o norte da região.

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