Os traços nos rostos são andinos. Em toda a paisagem árida, há cactos em profusão. À venda nas ruas, malhas com a lã colorida de alpaca. O som no rádio capricha na flauta de pã. E os nomes locais –Purmamarca, Humahuaca, Chañi– têm menos de espanhol e mais da sonoridade do quéchua e do aimará, típicos na Bolívia, no Equador.

Jujuy, a província mais ao norte da Argentina, pouco lembra os destinos no país mais familiares a brasileiros.

Explica-se: a partir de Buenos Aires, são 1.500 quilômetros de estrada (ou duas horas de voo). Uma viagem com um terço da distância, por outro lado, leva a San Pedro de Atacama, no Chile, ou a Potosí, na Bolívia –destinos procurados por quem costuma cruzar a região de moto.

A cultura andina resistiu também pelo fato de os omaguacas, que habitaram a região, terem sido dos últimos povos incas a se render aos espanhóis, bem depois de 1500.

Aqui e ali ainda se veem lembranças pré-colombianas –o pucará de Tilcara, uma fortaleza reconstruída, com vista para a aridez da estrada, e vestígios do caminho inca.

Entre atrações históricas e naturais, as estradas configuram capítulo à parte. Caminhos como o que corta a cuesta de Lipán, ligando a cidade de Purmamarca às Salinas Grandes, um deserto de sal, são particularmente cênicos.

Conforme o carro escala altitudes cada vez maiores –o cume está a 4.170 metros, 2.000 metros acima de Purmamarca–, o que se vê são montanhas se acumulando em camadas de vales e planaltos.

Ao longo do sem-número de curvas, várias delas do tipo "cotovelo", pode-se parar em mirantes improvisados e ver, a cada vez por outro ângulo, os contornos da serra.

Para circular pela região, as opções são alugar um carro –há grandes redes na capital da província, San Salvador de Jujuy, e em Salta, polo turístico a três horas de viagem ou fazer tours com agências locais. Os hotéis estão nas capitais, em Purmamarca e em Tilcara.

HERMANOS

No ano passado, só 10% dos 900 mil turistas em Jujuy não eram argentinos; franceses e holandeses estão entre os principais públicos. "A província se acostumou a um deficit de identidade, a ser o derrame de Salta, que há tempos atrai visitantes de fora", diz o ministro do Turismo de Jujuy, Carlos Oehler.

A ideia, agora, é se associar aos demais Estados do noroeste argentino (Salta, Tucumán, La Rioja, Catamarca e Santiago del Estero) para aumentar o fluxo de visitantes.

O Brasil, que lota de turistas cidades ao sul –Buenos Aires, Bariloche, Mendoza– é considerado, não à toa, prioritário. Como parte da campanha, neste mês as Aerolineas Argentinas começaram a vender passagens entre São Paulo e San Salvador de Jujuy, com escala em Buenos Aires, por US$ 325 (R$ 1.054).

O jornalista viajou a convite do governo da província de Jujuy e das Aerolineas Argentinas

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PACOTES PARA A REGIÃO

US$ 450 (R$ 1.460)
Três diárias no hotel Sheraton de Salta. Inclui city tour e café, sem extras ou aéreo. Por pessoa. Na Tereza Ferrari: (11) 3021-1699; terezaferrariviagens.com.br

R$ 1.694
Seis noites em Salta, com café e aéreo. Sem passeios, por pessoa. No Decolar: decolar.com

R$ 1.840
Valor por pessoa para seis noites em Salta. Com aéreo, sem extras ou refeições. No Submarino: 4003-9888; submarinoviagens.com.br

R$ 1.951
Valor por pessoa para sete noites (três em Buenos Aires e quatro em Jujuy). Sem aéreo, com tours e café. Na CVC: (11) 3003-9282; cvc.com.br

US$ 528 (R$ 1.713)
Valor por pessoa para três noites em Salta e uma em Purmamarca. Com café, inclui passeios, sem passagens aéreas. Na NX: (11) 5614-9177; nxturismo.com.br

US$ 771 (R$ 2.501)
Valor por pessoa para três noites em Jujuy, com café. Sem extras, com aéreo. Na Flytour: 4004-0008; flytour.com.br

US$ 1.015 (R$ 3.293)
Seis noites entre Buenos Aires e Salta. Por pessoa, com aéreo, café e tours. Na New Age: (11) 3138-4888; newage.tur.br

US$ 1.387 (R$ 4.500)
Cinco noites, sendo quatro em Salta e uma em Purmamarca. Valor por pessoa, com aéreo, café e passeios. Na Top Brasil: (11) 5576-6300; topbrasiltur.com.br

US$ 1.481 (R$ 4.805)
Pacote de quatro noites entre Salta e Cafayate, com café e passeios a vinícolas. Sem aéreo. Na Queensberry: (11) 3217-7101; queensberry.com.br

US$ 1.690 (R$ 5.483)
Seis noites entre Salta, Cafayate e Purmamarca. Por pessoa, inclui aéreo, café e passeios. Na Forma Family: (11) 5053-2810; formafamily.com.br

US$ 2.040 (R$ 6.619)
Valor por pessoa para sete noites. Sem aéreo, com café e passeios por Salta, Cafayate, Cachi, Purmamarca e Humahuaca. Na Gold Trip: (11) 4411-8254; goldtrip.com.br

US$ 2.521 (R$ 8.179)
Pacote de 11 noites entre Salta, Jujuy e o Atacama. Sem aéreo, inclui café, traslados e passeios. Por pessoa. Na Cia Eco: (11) 5571-2525; ciaeco.tur.br

US$ 2.590 (R$ 8.403)
Sete noites com passeios por Salta, Cafayate e Purmamarca. Valor por pessoa, com café e aéreo. Na Sem Fronteiras: (11) 3853-4401; semfronteiras.tur.br

US$ 3.315 (R$ 10.755)
Sete noites entre Salta, Cachi, Cafayate e Purmamarca. Preço por pessoa, inclui café, aéreo e passeios. Na Venturas: (11) 3879-9494; venturas.com.br

US$ 4.270 (R$ 13.854)
Pacote de nove noites entre a região de Puna (Salta e Jujuy) e deserto do Atacama. Inclui refeições e trilhas diárias, sem aéreo. Por pessoa. Na Adventure Club: (11) 5573-4142; adventureclub.com.br