• Turismo

    Saturday, 04-May-2024 17:13:12 -03

    Estrada pelo litoral da Austrália revela templos de surfe e falésias no mar

    EMILIO SANT'ANNA
    ENVIADO ESPECIAL À AUSTRÁLIA

    27/10/2016 02h00

    Depois de colocar os pés no outro lado do mundo, parar um pouco, ver e sentir a vida tão longe de casa é fundamental –afinal de contas, são mais de 24 horas de viagem até chegar à Austrália.

    Mas, se é verdade que o caminho é tão ou mais importante que o destino, não perca muito tempo. Uma das estradas costeiras mais deslumbrantes do mundo, a Great Ocean Road, está a um pulinho de Melbourne, capital do Estado de Victoria.

    Construída por soldados veteranos da Primeira Guerra Mundial, os 243 quilômetros da rodovia no sudeste australiano são uma das melhores experiências a serem vividas no país.

    Repleta de falésias, matas, rochas esculpidas durante milhões de anos pelo vento e praias com ondas perfeitas, a estrada exige muito pouco do viajante em comparação ao que ela oferece.

    Antes de mais nada: se puder, vá de carro. Assim, há mais liberdade para aproveitar essa "road trip". Caso não possa, ou não queira, dezenas de agências de turismo em Melbourne oferecem o passeio em ônibus ou vans.

    Com o carro alugado, fique atento às diferenças de dirigir na mão inglesa. Faça um teste na cidade, acostume-se a pensar "ao contrário" no trânsito. Depois disso, é hora da viagem, que pode ser feita em um só dia. Não é o ideal. Dois ou três é o melhor. Escolha um hotel em alguma das cidadezinhas pra lá de charmosas no caminho, leve água e alguma comida só para não depender dos restaurantes –relaxe, há onde comer, e bem.

    A estrada, por vezes sinuosa, é bem pavimentada e segura. Mas preste atenção às placas com canguruzinhos cruzando a pista. Elas não estão ali à toa, e os bichos podem mesmo aparecer.

    NA ESTRADA

    Saia cedo de Melbourne, assim é possível cruzar logo os 105 km que separam a cidade do local em que efetivamente começa a Great Ocean Road: Torquay. Com pouco mais de 10 mil habitantes, ali também é o portão de entrada para a Surf Coast, considerada por muitos a capital australiana do esporte.

    A três quarteirões da praia, está o Museu Nacional do Surfe. Mesmo que você não se aventure sobre as ondas, passar um hora conhecendo a história de algo que faz parte do estilo de vida australiano é uma forma de entender melhor a cultura do país.

    Agora, como a vida na Austrália se dá mesmo ao ar livre, apenas dez minutinhos de carro separam o local de uma das praias mais famosas do país, onde acontece uma das etapas do campeonato mundial de surfe: Bells Beach.

    Areia branca, ondas fortes e perfeitas emolduradas por enormes falésias. Dá para perder o fôlego tentando abraçar toda a paisagem nesse "pico clássico".

    Falar por ali nos brasileiros campões mundiais da modalidade, Gabriel Medina e Adriano Souza, o Mineirinho, é uma forma garantida de puxar conversa com os locais.

    Mas uma coisa é de se estranhar: faixas de areia desertas de se perder de vista. Não há vendedores, barraquinhas ou gente bebendo.

    Apesar da água fria do mar, a viagem ainda está só esquentando. De Bells Beach, estique mais uma hora até Lorne. Nem 2.000 pessoas moram por ali, mas opções do que fazer, de onde ficar e do que comer não faltam –tudo de acordo com o tamanho da cidade, é claro.

    O lugar é encantador e pode ser uma boa para passar a noite. Ao menos uma dúzia de hotéis, com diárias médias de 250 dólares australianos (R$ 595), garantem uma boa experiência. Um dos mais famosos é o Grand Pacific Hotel, uma construção em estilo vitoriano, de 1875.

    Dormiu em Lorne? Acorde cedo, porque o melhor está a menos de duas horas dali.

    O ponto alto dessa jornada atende pelo nome de Doze Apóstolos. Trata-se de uma formação rochosa banhada pelo mar, que no passado fez parte das falésias, mas com o tempo se "desprendeu", ficando isolada no meio da água. Essas "torres" de calcário de até 45 metros de altura são resultado de milhares de anos de erosão.

    Um enorme mirante e passarelas levam os turistas até bem perto dos espigões. Doze é só no nome, porque eles são oito. Quatro já foram vencidos pela ação da natureza e caíram –o último desmoronou em 2005.

    Logo ao lado do parque, de um heliponto partem voos panorâmicos a cada 15 minutos. Por 95 dólares australianos (R$ 226), o que se vê lá de cima é daqueles cenários que podem deixar você meio reflexivo por semanas –de uma forma positiva...

    Em alguns pontos da costa, o desfiladeiro até a praia tem mais de 60 metros de altura, como em Gibson Steps, a dois minutos das rochas.

    Oficialmente, a Great Ocean Road termina a poucos quilômetros dos Doze Apóstolos, em Allansford. Dali, o ideal é aproveitar e esticar mais 10 km até Warrnambool, um dos pontos para avistamento de baleias durante o inverno.

    A estrada cinematográfica pode até ter ficado para trás, mas ainda há muito mais para ver. Na medida em que se avança, cresce a vontade de continuar. Afinal de contas, de um lado está o mar, e do outro... todo o resto.

    *

    O que saber sobre a Austrália

    Onde fica Austrália

    FUSO HORÁRIO
    + 13 horas em relação a Brasília

    MOEDA
    Dólar australiano (1 = R$ 2,38)

    CAPITAL
    Camberra

    VISTO
    É necessário para turistas e pode ser solicitado pela internet: brazil.embassy.gov.au

    Pacotes

    US$ 456 (R$ 1.422)
    Pacote para três noites em Melbourne, com café da manhã e passeios pela cidade. Sem aéreo, por pessoa. É preciso pagar uma taxa de R$ 100 para a agência. Na STB: stb.com.br

    US$ 555 (R$ 1.730)
    Mochilão de três dias pelo sul da Austrália, dormindo em quartos compartilhados de albergues ou pousadas. Roteiro passa por Melbourne e pela Great Ocean Road. Na CI: ci.com.br

    R$ 1.988
    Preço para duas pessoas, com café da manhã, para quatro noites no Ibis Budget de Sydney. Reservas: ibis.com

    US$ 2.018 (R$ 6.293)
    Oito noites no país, sem aéreo. Inclui minicruzeiro pela baía de Sydney e visita ao parque nacional Uluru-Kata Tjuta. Na CVC: cvc.com.br

    US$ 2.188 (R$ 6.823)
    Oito noites no país, passando por Sydney, Cairns e Melbourne. Inclui visita à barreira de corais. Preço por pessoa, sem aéreo. Na Flot Viagens: flot.com.br

    US$ 3.073 (R$ 9.583)
    Preço por pessoa para 16 noites, passando por Austrália e Nova Zelândia. Inclui passeios e visita a uma vila maori, com apresentação de danças típicas. Na Venice: veniceturismo.com.br

    US$ 4.630 (R$ 14.439)
    Valor para oito noites na Austrália, com visita a Sydney, Ayers Rock e Cairns. Inclui aéreo e passeios acompanhados de guias que falam espanhol. Na Abreu: abreutur.com.br

    US$ 5.860 (R$ 18.275)
    Dez noites no país, com visitas a Sydney, Melbourne e Hamilton Island. Sem aéreo, com tours pelas cidades inclusos. Por pessoa. Na Trip4U: trip4u.com.br

    US$ 6.313 (R$ 19.688)
    Valor por pessoa para oito noites visitando Sydney, Ayers Rock e Cairns. Com aéreo em classe econômica. Inclui visita à barreira de corais australiana. Na Ahoba: ahobaviagens.com.br

    US$ 10.800 (R$ 33.682)
    Quinze noites na Oceania, com hospedagem na Austrália e na Nova Zelândia. Inclui traslados e passeios nos destinos. Sem aéreo, por pessoa. Na Interpoint: interpoint.com.br

    R$ 34.639
    Cruzeiro de 14 noites no Seven Seas Voyager, de Sydney a Auckland (Nova Zelândia), partindo no dia 12 de janeiro de 2017. Com passeios e todas as refeições inclusas. Reservas: rssc.com

    Edição impressa

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024