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    Pantanal é terra de muito bicho e pouca gente próxima aos rios

    LUIZA FECAROTTA
    ENVIADA ESPECIAL AO PANTANAL

    24/11/2016 02h00

    Navega-se pelo rio Cuiabá, de águas turvas, quando um peixe salta da água e cai sobre o barco, a se debater. O pantaneiro e as comunidades ribeirinhas vivem deles: dos peixes, da pesca de anzol.

    O cenário é o norte do Pantanal, no Mato Grosso, o terceiro maior Estado do Brasil. Pouco povoada —são cerca de três habitantes por quilômetro quadrado, de acordo com o IBGE— essa região regida pelas águas concentra uma grande diversidade de fauna e flora, que muda ao longo das estações do ano.

    No período chuvoso, no qual as águas podem subir até três metros de altura, a floresta fica mais robusta, com mais flores e frutos. "Nessa época, tem mais disponibilidade de alimentos e muitos pássaros começam a se reproduzir", explica a bióloga Nathalie Foerster.

    Os pássaros que se alimentam de peixes, por sua vez, se reproduzem principalmente na seca, quando "é mais fácil encontrar alimento, porque os peixes e demais animais aquáticos ficam mais concentrados".

    Um passeio de barco breve revela famílias de capivaras à beira-rio, jacarés ("que geralmente não atacam pessoas, a não ser que representem alguma ameaça", diz a bióloga) e bugios ("são macacos preguiçosos e gostam de passar a maior parte do tempo no topo das árvores").

    Mesa pantaneira

    Mais recorrentes são as aves. Há a garça-moura, a maior da região, que zanza solitária, exceto no período reprodutivo, o martim-pescador, que faz seus ninhos em buracos no barranco. Também é comum avistar ninhos que pendem das árvores —são obras do japu, conhecido como "pássaro tecelão".

    A cena dos aguapés a boiar em grandes aglomerados se repete com frequência. São plantas esponjosas, que acumulam água. Na seca, alimentam e hidratam o gado. Na cheia, envolvem ao seu redor um grande ecossistema, capaz de atrair animais.

    "Muitos se alimentam dessas plantas e da matéria orgânica que se concentra ao redor delas. Suas raízes também servem de esconderijo para girinos, sapos e caranguejos, atraem jacarés e aves", explica Foerster.

    Mas é preciso estar atento e forte: no Pantanal de Barão de Melgaço, a pouco mais de cem quilômetros de Cuiabá, alcançado por asfalto, estrada de terra e barco, há algumas armadilhas. Uma delas é a "árvore do novato".

    "Se você não conhece e se apoia, as formigas saem —e são bem agressivas", alerta a bióloga. "Os troncos são ocos por dentro e cheios de buraquinhos que oferecem abrigo para os insetos, que, em troca, protegem a árvore."

    A jornalista viajou a convite do restaurante Mahalo

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    PACOTES PARA O PANTANAL

    R$ 1.399
    Sete noites em Cáceres (MT), em hotel sem regime de alimentação nem passeios previstos. Valor por pessoa, com aéreo. Não inclui taxas. Na Decolar.com

    R$ 1.980
    Quatro noites na pousada Piuval, em Poconé (MT), com passeio de barco ou cavalgada pelo Pantanal inclusos. Valor para duas pessoas, sem aéreo. Crianças de até cinco anos não pagam. Reservas: pousadapiuval.com.br

    R$ 2.487
    Sem aéreo, pacote por pessoa para três noites em Barão de Melgaço (MT), na pousada Rio Mutum. Inclui atração em que pode ser visto como se alimentam os jacarés. Na Adventure Club

    R$ 2.835
    Com dois passeios por dia inclusos no pacote, quatro noites na pousada Aguapé, em Aquidauana (MS). Entre as opções de atividades estão manejo de gado, pesca de piranha, safári fotográfico e passeio de barco. Com aéreo e traslado até a hospedagem inclusos. Na New Age

    R$ 4.177
    Valor para duas pessoas para cinco dias em Barão de Melgaço (MT). Inclui carro para deslocamento de Cuiabá até a pousada Pantanero Pantanal. Com aéreo. Na Expedia

    R$ 4.366
    Sem aéreo, valor por pessoa para quatro noites no Araras Eco Lodge, em Poconé (MT). Inclui cavalgada pela região e safári fotográfico. Na Adventure Club

    R$ 4.613
    Três noites no Refúgio Ecológico Caiman, na cidade de Miranda, no Pantanal do Mato Grosso do Sul. Valor por pessoa, sem aéreo nem taxas. Na Teresa Perez

    R$ 6.760
    Pacote de cinco noites no Pantanal do Mato Grosso, com hospedagem no Araras Eco Lodge e visita à Chapada dos Guimarães. Valor prevê cavalgada, canoagem e safári fotográfico. Sem aéreo. Na Pisa Trekking

    R$ 8.883
    Com aéreo, quatro noites em Poconé (MT), próximo a Barão de Melgaço. Com pensão completa e traslado para Cuiabá. Valor para casal. Na Expedia

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