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    Museu alemão conta a história do Fusca e da Kombi

    EDUARDO SODRÉ
    ENVIADO ESPECIAL A WOLFSBURG (ALEMANHA)

    27/04/2017 02h00

    A paisagem de Wolfsburg é marcada pelo gigantismo da fábrica Volkswagen. É a montadora que domina o cenário e se espalha por 250 mil metros quadrados. Mas embora abrigue um museu sobre mobilidade, a história de seus carros é contada em um acervo fora dos muros.

    O Stiftung AutoMuseum (Fundação Museu do Automóvel) fica a dois quilômetros da entrada principal da VW. Inaugurado em abril de 1985, ocupa o prédio que já foi de uma confecção de roupas, com pé direito baixo.

    O espaço é bem menos visitado –e mais charmoso– que o complexo de lazer da Autostadt ("cidade do carro", em alemão), como é conhecida a fábrica da Volks.

    A história da montadora é contada por Fuscas e Kombis de diversas épocas, além de carros conceituais. Golf, Passat e Polo também têm seus lugares na mostra. O acervo completo tem 130 veículos, mas nem todos ficam expostos ao mesmo tempo.

    Embora seja dedicado à VW, a organização do espaço promove eventos multimarcas. Modelos conversíveis de outras empresas ocupam parte do salão principal até 17 de setembro, na mostra que celebra esse tipo de carroceria.

    Se tiver sorte, o visitante será recebido pelo jornalista e escritor Eberhard Kittler, 62, diretor do museu desde 2014. Ele tem informações detalhadas de todos os carros expostos e também da reserva técnica. Conhece bem até mesmo modelos que foram feitos no Brasil com mecânica VW, como o Puma cupê 1979.

    Kittler permite que alguns carros sejam abertos, mas é ele próprio quem aciona a maçaneta do KdF Wagen Typ 60 modelo 1943 e explica o porquê de o carro surgir em primeiro plano: esse é um dos raros Fuscas fabricados durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

    Estima-se que pouco mais de 600 "besouros" foram produzidos para o uso de oficiais alemães. Na época, a recém-inaugurada fábrica dedicava-se à produção de dois veículos para os campos de batalha, o utilitário Kübelwagen e o anfíbio Schwimmwagen –que, grosso modo, eram fusquinhas com armadura e pneus todo-terreno.

    PRIMEIRA KOMBI

    A ala das Kombis destaca o protótipo apresentado em novembro de 1949. As linhas básicas são as mesmas do modelo que foi produzido no Brasil até dezembro de 2013.

    A seção de conceitos inclui a versão sedã do projeto EA 128, de 1963. A Volks pretendia lançar um carro grande com motor traseiro de origem Porsche (um 2.0 boxer, com seis cilindros) e vendê-lo nos Estados Unidos. Os planos foram abortados.

    Visões datadas do futuro são expressas em carros como a minivan IRVW Futura, protótipo de 1989. É o mesmo carro que foi exibido no Salão Internacional do Automóvel de São Paulo, em 1990.

    O museu fica aberto para visitações de terça a domingo, entre as 10h e as 17h. O ingresso custa 6 euros (R$ 21), e há descontos para grupos.

    O aeroporto mais próximo de Wolfsburg é o da cidade de Hannover, a cerca de 90 quilômetros. A distância da cidade-sede da Volks até Berlim é de 210 quilômetros, que podem ser percorridos de trem ou de carro, pelas autobahns (rodovias com trechos sem limite máximo de velocidade) que cortam a região.

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