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    Especialistas rebatem vídeo sobre suposta brecha em cofre de hotel

    CAROLINA MUNIZ
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    11/05/2017 02h00

    Fotolia
    Modelo de cofre usado em quartos de hotel
    Modelo de cofre usado em quartos de hotel

    Nas últimas semanas, um vídeo que questiona a segurança dos cofres dos quartos de hotel circulou nas redes sociais. Nas imagens, uma hóspede consegue abrir o equipamento com uma sequência de seis zeros, logo após ter registrado uma senha pessoal diferente.

    Ela diz que, com esse código padrão, é possível liberar os cofres de qualquer hotel no mundo. A afirmação não é verdadeira, segundo especialistas ouvidos pela Folha.

    Há dois tipos de equipamentos no mercado, de acordo com Nicolas Aznar, presidente para a América Latina da Assa Abloy Hospitality, fornecedora de fechaduras e cofres eletrônicos.

    Modelos com tecnologia mais antiga podem ser abertos a partir de uma senha mestra para o caso de o cliente se esquecer da que escolheu.

    Já os mais modernos funcionam com um software que registra todo o histórico do cofre. Para que a gerência faça a liberação, é preciso conectá-lo a um palmtop específico e inserir um código que identifica o funcionário à frente da operação.

    No caso do cofre que possui uma senha padrão, o hotel deve modificá-la assim que o aparelho for entregue pelo fabricante. Depois, ela deve ser alterada pelo menos a cada seis meses para garantir a segurança, explica Jesse Resende, diretor da Saga System, empresa que fornece fechaduras e cofres eletrônicos para a rede hoteleira.

    O que provavelmente aconteceu com o equipamento testado pela hóspede no vídeo, segundo os especialistas ouvidos, foi que o hotel não fez a troca da senha mestra registrada pelo fabricante –no caso, a sequência de seis zeros.

    "Não existe isso de abrir um cofre assim", diz Manoel Linhares, vice-presidente da Abih (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis).

    Ele afirma que desconhece, no Brasil, o uso de modelos de cofres com senha mestra pelos hotéis. "A hotelaria do país é moderna. Hoje se faz a auditoria do cofre, que possibilita saber quando e por quem ele foi aberto", diz.

    Linhares lembra também de outras ferramentas que ajudam a tornar o hotel um ambiente protegido, como câmeras e fechaduras eletrônica. "Além de o cofre ser confiável, a chave magnética do quarto possibilita elaborar um relatório de todo mundo que entrou ali. Os hotéis oferecem todas as condições para o cliente se sentir seguro."

    Se, mesmo assim, o hóspede ficar receoso de guardar os pertences no apartamento, pode solicitar na recepção o uso do cofre da gerência.

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