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    Cidade na Nova Zelândia é museu vivo do estilo 'art déco'

    PAULO VIEIRA
    COLABORAÇÃO PARA FOLHA, NA NOVA ZELÂNDIA

    22/06/2017 02h00

    Com apenas 4,5 milhões de habitantes, a Nova Zelândia é uma potência turística considerado o seu tamanho. Recebe 3,5 milhões de estrangeiros ao ano e tem na atividade contribuição à economia nacional de 17,5% do PIB, muito acima dos 10,2% da média mundial, segundo o World Travel and Tourism Council.

    Mas turismo não costuma casar bem com estatística, e quem decide conhecer a Nova Zelândia normalmente está em busca de algo menos mensurável: emoção. E nisso o país não decepciona. Em suas duas ilhas principais há praias que poderiam estar no Taiti e montanhas nevadas também chamadas Alpes; florestas de coníferas, gêiseres, lagos com atividade termal e vales com rios.

    Por vocação ou oportunidade, esses locais se tornaram cenários para a prática de esportes de ação como bungee jump, esqui, surfe, canoagem, rafting, o diabo. Para o guia "Lonely Planet", é o país com as melhores trilhas do mundo. Não é casual que seu slogan seja "100% pure" (100% pura), em referência à natureza, ou melhor, ao que pode ser vivido nela.

    Mas o apelo "go outside" da Nova Zelândia pode, ironicamente, eclipsar belezas de outra ordem. O país está entre os 15 maiores produtores de vinho do mundo, tem brancos e tintos de distinção, e jogar na primeira divisão do enoturismo talvez seja apenas questão de tempo.

    Em outro front, Napier, na ilha Norte, é uma das gemas mundiais da arquitetura art déco, dominante nos anos 1920 e 1930, com 140 prédios representativos do estilo. Toques da cultura maori, originária do país, foram acrescidos às linhas geométricas, às formas de templos mesopotâmicos e aos tons pastel próprios da escola.

    Talvez para chamar atenção para esse lindo conjunto, que se equipara ao de Miami Beach -as construções são todas baixas, de dois andares -, Napier é, desde o ano passado, cenário de uma maratona, evento-fetiche de corrida cada vez mais utilizado como ferramenta de turismo.

    Na beira-mar de Napier, locais e turistas se alinham todo maio para uma prova que termina numa vinícola, na vizinha Hastings. Embora provavelmente jamais tenha a escala de provas queridas dos "maraturistas" como Nova York, Paris e a da Muralha da China, os propósitos aqui são elevados: o maior patrocinador é a Air New Zealand, companhia aérea nacional que é, ela mesma, uma atração turística por conta de seus revolucionários e divertidíssimos vídeos de procedimentos de segurança a bordo.

    Nova Zelândia

    TERREMOTO

    Alvejada por um terremoto de 7,8 pontos na escala Richter em 1931, Napier foi reconstruída em boa parte em estilo art déco, comum na época e, talvez mais importante, de baixo custo, um imperativo do tempo da Grande Depressão. Uma caminhada que tenha início no Art Masonic Hotel ou no vizinho Art Deco Shop e que se desenrole pela rua Tennyson permite ver pérolas como o Teatro Municipal, o prédio do jornal "Daily Telegraph" e diversos outros imóveis anônimos, alguns com placas de comércio a esconder-lhes a beleza.

    Pouco mais distante, o edifício da National Tobacco Company é considerado o mais relevante e parece estranhamente familiar. Seu tamanho discreto e a limpeza de ornamentos lembram algo construído para um set de cinema. Para uma imersão completa, no verão, em fevereiro, o Art Deco Festival celebra esse mundo "vintage" em eventos em que anfitriões e visitantes capricham no "dress code" e rodam em carrões Plymouth originais.

    E se os prédios art déco de Miami Beach têm uma avenida à beira-mar, a Ocean Drive, a otimizar-lhes a graça, Napier não fica atrás. Sua Marine Parade é uma bonita esplanada, com jardins planejados e o National Aquarium, com cinco espécies de tubarão e dois animais endêmicos: a ave kiwi (gerou o apelido que denomina tudo no país, até seus habitantes) e o tuatara, que parece um lagarto e pode viver cem anos.

    O jornalista viajou a convite do Turismo da Nova Zelândia

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    PACOTES PARA A NOVA ZELÂNDIA

    US$ 1.698 (R$ 5.855)
    Pacote para quatro noites em Napier, com aéreo. Valor por pessoa em quarto duplo. Sem alimentação e passeios inclusos. No Submarino Viagens: submarinoviagens.com.br

    R$ 6.076
    Cinco noites em Napier, com aéreo e café da manhã inclusos. Valor por pessoa mais taxas. Válido para o período de 6 a 17 de agosto. No Decolar: decolar.com

    US$ 2.096 (R$ 6.945)
    Sem aéreo, o roteiro de sete noites passa por Napier, Martinborough, baía de Hawke e Wairarapa. Inclui aluguel de carro, café da manhã e dois jantares, com bebidas. Pacote válido até 24 de setembro. Na Queensberry Viagens: queensberry.com.br

    U$ 2.110 (R$ 6.992)
    Roteiro de 15 noites, com locação de carro, para Auckland, Pauanui, Rotorua, Napier, Nelson, Punakaiki, Franz Josef, Queenstown, Te Anau, Dunedin e Christchurch. Valor por pessoa, até abril de 2018. Sem aéreo. Na Adventure Club: adventureclub.com.br

    US$ 2.948 (R$ 9.769)
    Valor por pessoa para roteiro de oito noites por Auckland, Rotorua, Lake Tekapo, Wanaka e Queenstown. Inclui hospedagem, traslados e passeios e guia local em português nos destinos. Na CVC: cvc.com.br

    US$ 3.316 (R$ 10.988)
    Preço por pessoa para roteiro de 14 noites por Auckland, Taupo, Napier, Martinborough, Nelson, Fox Glacier e Queenstown. Inclui hotéis, café da manhã (exceto em Martinborough), 12 diárias de locação de veículo automático e voo de helicóptero sobre as geleiras em Fox Glacier. Aéreo apenas de Queenstown para Auckland. Na Kangaroo Tours: kangaroo.com.br

    US$ 5.750 (R$ 19.054)
    Roteiro de 12 noites por Auckland, Matamata, Rotorua, Christchurch, Lake Tekapo, Wanaka, Queenstown, Milford Sound, Franz Josef, Greymouth, Punakaiki e Kakoura. Inclui café da manhã e cinco refeições. Apenas aéreo de Rotorua para Christchurch. Na Abreu: abreutur.com.br

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