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    Serra da Canastra abriga cachoeiras, cânions e um queijo do outro mundo

    CAROLINA PINHEIRO
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NA SERRA DA CANASTRA

    17/08/2017 02h00

    As estradas são de terra. Uma depois da outra, e logo se nota a teia de caminhos por onde porteiras fazem divisa com montanhas. Na serra da Canastra, a força da natureza é tão sólida quanto a rocha de quartzito que compõe seu solo, característico da era pré-cambriana.

    A região é um berçário de nascentes. A principal é a do São Francisco, um dos rios mais emblemáticos do país e alvo de devoção em Minas e no Nordeste. Com bacia de 639 mil km², percorre 507 municípios e se estende por 2.863 quilômetros do território brasileiro, segundo os dados da Codevasf (Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba).

    São mais de 200 cachoeiras na Canastra e na serra das Sete Voltas, região entre o cerrado e a mata atlântica onde habitam o tatu-canastra, o pato-mergulhão, a onça-parda, o galito, o tamanduá-bandeira, o lobo-guará, a ema e o veado-campeiro. Todos ameaçados de extinção.

    A atração mais visitada da Canastra é a Casca D'Anta. A queda-d'água de 186 metros está no coração das montanhas. Cânions, vales e água infinita revelam um ambiente ideal para ecoturismo.

    A área de proteção integral do Parque Nacional da Serra da Canastra tem 38 espécies de mamíferos e 354 espécies de aves. Não por acaso uma das atividades mais procuradas é a observação de pássaros. Outras são mountain bike, cicloturismo e trekking.

    CORUJAS E COBRAS

    As cicloturistas Nataly Maria Gonçalves, 39, e Poline Lys da Silva, 39, de São Paulo, escolheram a Canastra pelas paisagens e pelo desafio de andar sobre duas rodas em uma região montanhosa.

    "No primeiro dia, pedalamos de Piumhi a São Roque de Minas. No segundo, de São Roque de Minas a São João Batista da Serra da Canastra. Vimos um pôr do sol e um céu estrelado fantásticos. Pássaros, corujas e cobras nos acompanhavam", diz Nataly.

    O analista ambiental Fernando Tizianel, chefe do parque, diz que este ambiente de chapadões é cada vez mais raro na América Latina. "O propósito da unidade de conservação é preservar esse oásis, que serve de hábitat para mil espécies de plantas e centenas de animais."

    O parque tem 200 mil hectares e quatro portarias de acesso. A número um fica em São Roque de Minas e é a mais movimentada, pela proximidade com pontos turísticos. Entre eles estão as partes altas da Casca D'Anta e da cachoeira dos Rolinhos, a nascente do Velho Chico e a Garagem de Pedras.

    A cidade de São Roque de Minas tem infraestrutura para viajantes, incluindo guias com veículos 4x4 que operam nas estradas de terra e condutores que oferecem roteiros de trekking e travessias para aqueles que preferem o contato mais direto com a natureza.

    A praça da Matriz é ponto de encontro dos moradores: são 7.000, distribuídos entre as zonas rural e urbana. Restaurantes e bares nos arredores servem pratos como feijão tropeiro, galinha caipira, angu. E, claro, o parceiro de toda mesa mineira: queijo.

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