Ryosuke Motani/"Nature" | ||
Fóssil do ictiossauro Cartorhynchus lenticarpus, achado na província Anhui, na China |
-
-
Ciência
Thursday, 07-Nov-2024 09:35:30 -03Encontrado ancestral de répteis aquáticos pré-históricos
DA "REUTERS"
06/11/2014 02h00
Ictiossauros formavam um grupo de répteis marinhos que nadavam livremente nos oceanos por mais de 150 milhões de anos, parecido com o que fazem os golfinhos atualmente.
Porém, em meio à grande quantidade de registros fósseis não havia nenhum que mostrasse a transição de seus ancestrais terrestres para a forma totalmente adaptada à vida marinha. Até agora.
Cientistas encontraram, na China, um fóssil de um pequeno ictiossauro com nadadeiras flexíveis que permitiam com que ele se movesse na terra –parecido com o que faz uma foca–, embora permanecesse na água na maior parte do tempo –isso há 248 milhões de anos.
Stefano Broccoli/"Nature" Concepção artística do ictiossauro Cartorhynchus lenticarpus, que viveu há 248 milhões de anos A criatura, batizada Cartorhynchus lenticarpus possuía 40 cm de comprimento e tinha um focinho curto que pode ter sido usado para alimentação por sucção, comendo vermes no assoalho marinho. O fóssil, escavado em 2011, está bem preservado com apenas um pedaço da cauda faltando.
"O cartorhynchus representa um estágio de transição de terra para mar dos ictiossauros que estava carente de registros fósseis", disse Ryosuke Motani, paleontologista da Universidade da Califórnia.
"Isso é particularmente importante porque alguns criacionistas tentavam usar os ictiossauros como contraexemplo da evolução darwiniana, já que faltava esse registro".
Os cartorhynchus –nome que significa focinho curto– desenvolveram membros flexíveis, necessários para se arrastarem pela terra. Daí o veio nome lenticarpus, que significa "punho flexível".
Enquanto a maior parte dos ictiossauros tinham focinhos alongados, parecido com golfinhos, os cartorhynchus tinham um focinho curto, como outros répteis terrestres.
O bicho viveu no começo do período Triássico, 4 milhões de anos após a extinção de incontáveis criaturas marinhas –um período propício para uma "inovação evolutiva".
Os ictiossauros em geral se alimentavam de peixes e lulas e os maiores chagavam a medir mais de 20 metros.
O trabalho descrevendo a descoberta foi publicado na revista científica "Nature".
Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br
Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.brPublicidade -