O Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana, a Universidade George Washington –ambos nos EUA– e a Instituição Iziko, na África do Sul, apresentaram, nesta terça-feira (2), artefatos retirados do navio negreiro português São José Paquete África, que serão tema de exposição.

Entre os artefatos expostos estão pinos de cobre utilizados na estrutura do navio. Na apresentação, as instituições lançaram ainda o projeto Slave Wrecks (algo como naufrágios escravos), que vai investigar o impacto do comércio de escravos na história mundial, com foco no naufrágio português.

	Rodger Bosch/AFP
	Homenagem a escravos mortos levou terra de Moçambique ao local do naufrágio do navio

Os objetos serão expostos no Museu Nacional de História e Cultura Afro-Americana, em Washington, que está em construção e deve ficar pronto até o fim do ano.

Além da apresentação, os escravos mortos no naufrágio foram homenageados nesta terça-feira. Três mergulhadores despejaram areia de Moçambique –de onde vinham os escravos– no mar onde os destroços foram encontrados, em Clifton Beach, na Cidade do Cabo. Houve também uma missa com pesquisadores de diversos países, incluindo o Brasil.

A embarcação partiu de Moçambique, em direção ao Maranhão, no Brasil, transportando entre 400 e 500 escravos, e naufragou em 1794.

O navio teria afundado quando, durante uma tempestade, se chocou com pedras a pouco menos de 100 metros da Cidade do Cabo.

Estima-se que metade dos africanos que estavam no navio morreram. O capitão português e a tripulação conseguiram se salvar. Os escravos que sobreviveram foram vendidos em poucos dias.

Essa é a primeira documentação arqueológica de um navio que naufragou enquanto transportava escravos.