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    Hélio Schwartsman

    Precisamos falar sobre cotas

    16/12/2017 02h00

    Cotistas em universidades públicas

    SÃO PAULO - "Temos tido a primeira experiência no mundo em cotas para a maioria da população, é um desafio lidar com isso", declarou à Folha o professor Juarez Xavier, da Unesp. Uma forma equivalente de descrever o fenômeno é dizer que erguemos uma barreira ao acesso de uma minoria da população. E isso pode ser um problema.

    Dado que o número de vagas em universidades é finito, cotas operam mais ou menos como subsídios cruzados, que funcionam melhor quando é uma minoria que recebe o benefício custeado pela maioria do que na situação inversa. No primeiro caso, a conta não dói muito no bolso de ninguém e a coisa é bem metabolizada pela sociedade. No segundo, os grupos que se veem como pagando desproporcionalmente mais tendem a sentir-se injustiçados, o que costuma gerar ressentimentos e abre espaço para encrencas futuras.

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    Nos EUA, estudantes asiáticos estão processando a Universidade Harvard, acusando-a de discriminá-los para favorecer membros de outras etnias. Na Índia, que tem um sistema de cotas e subcotas muito mais antigo, amplo e complexo do que o brasileiro, já houve protestos violentos (com mortes) de grupos que exigiam ser incluídos entre os beneficiários.

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