• Colunistas

    Monday, 25-Nov-2024 23:24:43 -03
    Manuel da Costa Pinto

    Livro aborda fantasma da ditadura e do terror no Império Romano

    02/04/2017 02h00

    Divulgação
    Mary Beard, autora de "SPQR"
    Mary Beard, autora de "SPQR"

    O título "SPQR" vem da expressão "Senatus PopulusQue Romanus" (O Senado e o Povo de Roma). A sigla indica a abordagem desse livro: uma visão do Império Romano como república constantemente assolada pelo fantasma da ditadura e do terror —e quase sempre sob o gládio de autocracias militares, entre traições, conspirações e assassinatos em massa, já à época descritos como "crimes contra a humanidade". O ponto forte é a compreensão do caráter violento não apenas da sociedade romana, mas também de outros povos, e sua reverberação na vida privada e na cruel moral cotidiana.

    SPQR - Uma História da Roma Antiga. Autora: Mary Beard. Tradução: Luis Reyes Gil. Editora: Planeta (2017, 576 págs., R$ 79,90)

    Divulgação
    Capa de "SPQR- Uma História da Roma Antiga", de Mary Beard
    Capa de "SPQR- Uma História da Roma Antiga", de Mary Beard

    *

    LIVRO

    Biografia intelectual
    O leitor de "Walter Benjamin — Uma Biografia" não deve esperar uma minuciosa reconstituição da vida do filósofo judeu alemão que se suicidou aos 48 anos, em 1940, fugindo do nazismo. Essa é uma biografia intelectual, em que não há revelações sobre sua trajetória familiar e afetiva, mas uma análise das circunstâncias em que Benjamin associou o materialista dialético à visão profética e escatológica de uma era de catástrofes.

    Walter Benjamin - Uma Biografia. Autor: Bernd Witte. Tradução: Romero Freitas. Editora: Autêntica (2017, 160 págs., R$ 57,90)

    Divulgação
    Capa de "Walter Benjamin - Uma Biografia"
    Capa de "Walter Benjamin - Uma Biografia"

    *

    FILME

    Corpo a corpo com o horror
    Vencedor do Oscar de filme estrangeiro de 2016, essa produção húngara renova as possibilidades de representação do holocausto nazista. No campo de concentração de Auschwitz, a câmera trêmula não desgruda da figura de Saul, prisioneiro designados para administrar o extermínio. Enquanto ele tenta burlar a vigilância e sepultar o próprio filho dentro dos rituais judaicos, tem de participar da organização da morte coletiva, que
    aparece apenas como fragmentos de um pesadelo.

    O Filho de Saul. Direção: László Nemes. Elenco: Géza Röhrig, Levente Molnár e outros. Produtora: Laokoon (2015). Na AppleTV.

    Sony Pictures Classics/Associated Press
    Cena de "O Filho de Saul"
    Cena de "O Filho de Saul"
    manuel da costa pinto

    É jornalista e mestre em teoria literária e literatura comparada pela USP. Escreve aos domingos, a cada duas semanas.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024