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    Marcia Dessen

    Dar o peixe ou ensinar a pescar

    DE SÃO PAULO

    27/10/2014 02h15

    "Dê um peixe a um homem faminto e você o alimentará por um dia. Ensine-o a pescar e ele se alimentará pelo resto da vida." Provérbio chinês, cerca de 500 A.C.

    Pais, professores, líderes empresariais e profissionais dos meios de comunicação convivem com o dilema milenar da escolha da abordagem mais eficaz: dizer às pessoas o que fazer, como e quando fazê-lo, ou ajudá-las a descobrir por si mesmas o melhor caminho para a solução dos problemas.

    DAR O PEIXE

    A primeira ação, dar o peixe, é muito mais fácil, demanda menos esforço de ambas as partes e o resultado tende a ser imediato. Evita tentativas e erros, absorve a experiência de quem já trilhou o caminho longo e difícil do aprendizado, mas, indiscutivelmente, não educa.

    Assim agimos quando, por exemplo, compramos tudo o que os filhos pedem, quando fazemos o dever de casa dos filhos em vez de incentivar que eles mesmos o façam, quando oferecemos a resposta pronta em vez de mostrar o caminho da pesquisa, quando o gerente indica um produto de investimento sem explicar o por quê, impedindo que o cliente participe da decisão pelo entendimento das circunstâncias e das variáveis envolvidas.

    Assim age o governo ao adotar uma política de transferência de renda que beneficia enorme contingente da população com o objetivo de erradicar a pobreza. O outro caminho, ensinar a pescar pela educação, leva anos, décadas, mas é preciso começar, dar o primeiro passo, para que em dado momento as pessoas estejam qualificadas para trabalhar e se autossustentar.

    ENSINAR A PESCAR

    A segunda maneira de agir dá mais trabalho, exige mais tempo e uma vontade verdadeira de educar. A educação transforma as pessoas e suas vidas, suas possibilidades diante das muitas encruzilhadas e disputas que teremos de enfrentar ao longo da vida. Educação que nos qualifica para uma profissão e uma vaga de trabalho.

    Trabalho que será reconhecido e remunerado de acordo com nosso desempenho, atitude e comprometimento.

    Com a educação financeira não é diferente. Cada um de nós é responsável pela própria existência e decisões financeiras que tomamos, fonte de nosso amadurecimento e aprendizado.

    Não há como terceirizar essa responsabilidade e atribuir a outrem nossa pouca sorte ou infortúnio.

    Parafraseando meu sócio Daniel Motta, com a educação você amplia seus limites físicos, seu nível de consciência, sua esfera de influência, seus horizontes e suas capacidades técnicas e comportamentais.

    Vivemos eternamente diante da dualidade entre o conforto da estabilidade e a busca pelo desenvolvimento. Cabe a você romper com suas fronteiras atuais, explorando novas possibilidades.

    EDUCAÇÃO FINANCEIRA

    Sou partidária da estratégia de ensinar a pescar. E procuro fazer isso semanalmente neste espaço. Meu novo livro, resultado de mais de quatro anos de publicações semanais na coluna que assino nesta Folha, estará nas livrarias a partir desta terça (28): "Finanças Pessoais: o que fazer com meu dinheiro".

    O livro convida a refletir sobre o significado do dinheiro em sua vida, a pensar e planejar seu futuro, sem deixar de viver o presente. Ensina a organizar suas finanças, estabelecer prioridades, definir metas e investir com coerência e responsabilidade.

    Muita gente gasta mais do que ganha e se mete em boas enrascadas financeiras. Controlar despesas, definir prioridades e cortar ou adiar gastos são práticas para escrever uma história feliz e um futuro sustentável.

    Muito dinheiro passará por suas mãos durante a vida. A decisão de gastar ou poupar é sua. A escolha de quanto e como gastar seu dinheiro também é; seu patrimônio será fruto das decisões financeiras tomadas.

    Sou apaixonada pelo tema e tenho convicção de que planejamento financeiro transforma a vida das pessoas.

    Tenho consciência da responsabilidade de ser uma agente dessa transformação e muita satisfação ao perceber o impacto que provoco na vida das pessoas.

    Se ao final da leitura você se sentir mais confiante e preparado para tomar decisões financeiras e negociar com seus fornecedores, terei cumprido meu propósito.

    Conto com a presença de todos que puderem comparecer ao evento de lançamento do livro a ser realizado amanhã, 28 de outubro, entre as 18h30 e as 21h30, na Livraria da Vila no Shopping JK, na cidade de São Paulo.

    marcia dessen

    É planejadora financeira pessoal, diretora do Planejar e autora do livro 'Finanças Pessoais: o que Fazer com Meu Dinheiro'. Escreve às segundas.

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