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    Mercado Aberto - Maria Cristina Frias

    Financiamento de imóveis pode voltar ao patamar de 2009

    31/07/2016 02h00

    O número de unidades financiadas no setor imobiliário neste ano pode retornar a um patamar próximo ao de 2009, quando foram contratadas cerca de 600 mil habitações, estima a Fiesp (Federação da Indústria de São Paulo).

    Caso esse cenário se concretize, o valor dos financiamentos cairá para cerca de R$ 92,5 bilhões.

    De janeiro a junho, foram 445 mil imóveis financiados, 344 mil deles via FGTS, segundo a Abecip (do setor). O restante veio da poupança.

    O fundo de garantia é utilizado para a compra de unidades de até R$ 225 mil, a depender da região, e para famílias com renda mensal bruta de até R$ 6.500.

    "Até há recursos, mas o tomador está desempregado e não consegue se prender a um contrato de 30 anos", diz Mário Esper, da Fiesp.

    No semestre, houve queda de 40 mil unidades financiadas em relação a 2015.

    "Houve um movimento em cadeia, o consumidor se retraiu, os bancos ficaram seletivos e as condições de empréstimo pioraram. Tudo contribuiu para a queda da procura por crédito", diz Miguel Ribeiro, da Anefac (de finanças).

    "O financiamento só deve reagir no ano que vem. Quem comprou com a construtora nos últimos meses é barrado ao tentar tomar crédito com o banco, diz Tatiana Cromwell, da Amspa (dos mutuários).

    A maioria das queixas recebidas pela entidade no primeiro semestre é por descontentamento com o valor devolvido na rescisão do contrato de aquisição do imóvel.

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    QUEDA DE BRAÇO AÉREA

    Uma regra preliminar da Anac (agência da aviação) para a próxima rodada de concessão de aeroportos desagradou investidores interessados, segundo advogados que os representam.

    A minuta determina que as concessionárias deverão submeter às partes interessadas –companhias aéreas– possíveis aumentos de taxas aeroportuárias, aquelas que não são fixadas pela Anac.

    MELHOROU, MAS ENCARECEU - Aumentos de taxas pós-concessões

    O documento determina que "na ausência de acordo entre as partes, a Anac poderá arbitrar uma decisão".

    Há abusos em reajustes de serviços não regulados pela agência, diz Eduardo Sanovicz, presidente da Abear (associação das aéreas). Essa regra contempla um pedido antigo das companhias de aviação, segundo ele.

    "Há um ano, demandamos que na rodada de licitações criassem um mecanismo para acompanhar o desenvolvimento dos custos, para entendermos os aumentos."

    Os investidores consideram que a regra, ainda em discussão, os põe em estado frágil para negociar.

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    PASSO CURTO

    A indústria calçadista perdeu 17,1 mil vagas formais de trabalho em junho, segundo dados do Ministério do Trabalho compilados pela Abicalçados (entidade do setor).

    O segmento empregava 298,2 mil pessoas em junho -no mesmo mês do ano anterior, esse número era de 315,3 mil, queda de 5,4%.

    Apesar da queda, houve recuperação no saldo de vagas no acumulado deste ano. Nos seis primeiros meses foram gerados 14,3 mil postos.

    "Como o cenário doméstico ainda é muito incerto, a explicação do saldo positivo passa pelas exportações", diz Heitor Klein, da Abicalçados.

    Embora o setor perceba sinais de recuperação neste semestre, o mercado interno segue desaquecido, diz. "Por outro lado, no exterior temos uma oscilação cambial que não traz segurança para as relações comerciais."

    Em junho, os calçadistas brasileiros exportaram 9,3 milhões de pares, alta de 12,5% em relação com igual mês do ano passado.

    Número maior - Estados que mais geraram postos, em mil

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    CENÁRIO OLÍMPICO

    A MChecon, empresa de cenografia, fechou R$ 30 milhões em contratos com o comitê olímpico e outras organizações que vão promover eventos nos Jogos no Rio.

    Para atender a demanda extra, foram contratados 350 funcionários temporários, afirma o diretor-executivo, Marcelo Checon.

    A receita prevista para este ano é de R$ 100 milhões, um aumento de 43% em relação ao ano passado.

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    Ideia na cabeça...
    A Ancine, agência do cinema, recebeu 828 propostas para uma linha regional de editais do fundo setorial do audiovisual. É um recorde. Foram escolhidas 54 empresas, que serão anunciadas nesta semana.

    ...projeto na mão
    As vencedoras vão produzir séries de animação, ficção e documentários. Canais públicos de TVs comunitárias e educativas vão exibir os vídeos. Na soma, serão veiculadas 218 horas de programação.

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    CONEXÃO LATINA

    A Tigre, fabricante de tubos e conexões, estima crescer 20% na Colômbia até o fim deste ano. No Brasil, a previsão é de um dígito.

    O crescimento econômico colombiano é um dos fatores que ajudam a explicar a alta do comércio, segundo Otto von Sothen, presidente da empresa. "Os países mais próximos do Brasil se contaminaram mais com a crise."

    Em junho, as exportações do Brasil para a Colômbia aumentaram 22,4% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo dados do Mdic (Ministério do Desenvolvimento e Comércio Exterior).

    No Brasil, a empresa deve ampliar neste semestre sua linha de esquadrias de PVC, com previsão de investimento de R$ 12 milhões.

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    HORA DO CAFÉ

    Velati/Editoria de Arte/Folhapress
    Charge Mercado Aberto de 31.jul.2016
    Charge Mercado Aberto de 31.jul.2016

    com FELIPE GUTIERREZ, DOUGLAS GAVRAS e TAÍS HIRATA

    mercado aberto

    Maria Cristina Frias, jornalista, edita a coluna Mercado Aberto, sobre macroeconomia, negócios e vida empresarial.
    Escreve diariamente,
    exceto aos sábados.

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