• Comida

    Tuesday, 16-Apr-2024 19:03:51 -03

    René Redzepi fala de sua experiência com o Noma no Japão

    DA REUTERS

    18/02/2015 02h00

    O melhor restaurante do mundo se mudou para a capital gourmet do mundo por cinco semanas, e 2.800 comensais em Tóquio fizeram bom uso disso.

    René Redzepi, chef e cofundador do restaurante dinamarquês Noma, moveu temporariamente a casa estrelada e sua equipe para o 37o andar de um hotel cinco-estrelas na capital do Japão.

    O Nome at Mandarin Oriental fechou no último dia de São Valentim (14) depois de servir refeições de 15 pratos, duas vezes por dia, a 40,2 mil ienes (R$ 960) –e muitos azarados não passaram da lista de espera.

    Fabian Bimmer/Reuters
    Redzepi na cozinha de seu restaurante Noma, em Copenhague
    Redzepi na cozinha de seu restaurante Noma, em Copenhague

    O estabelecimento de Redzepi em Copenhague, que reina no topo dos rankings de melhores restaurantes do mundo, parece se encaixar perfeitamente a Tóquio, eleita pelo guia "Michelin" sua capital gourmet por oito anos consecutivos.

    Mas o chef, de 37 anos, disse à agência Reuters, que ele não tem planos de se mudar em definitivo para o Japão, apesar de ter se adaptado à cozinha local e exibido uma seleção de pratos de assinatura, como lagostins frescos com formigas.

    Veja abaixo os principais trechos da entrevista.

    *

    Como foi cozinhar e servir comida para clientes japoneses?
    René Redzepi - Mais fácil, porque as pessoas são mais aventureiras aqui, já que estão acostumadas a comer –são mais dedicadas e curiosas.

    O Noma at Mandarin Oriental foi lucrativo?
    Ainda não sabemos. Vamos descobrir quando pagarmos nossas últimas contas. Mas é difícil, há muitos fatores que não conhecíamos. Não tínhamos nos dado conta que os pratos (comprados de artesãos locais) custariam mais do que trazer 77 pessoas de avião. Quando definimos os preços do menu, não sabíamos quanto os ingredientes custariam. Pagamos o aluguel aqui e em Copenhague –dois aluguéis para uma fonte de renda. Desde que assinamos o acordo, a cotação do iene caiu, mas todos os nossos salários são pagos em coroas dinamarquesas.

    Mas você escolheu gastar bastante dinheiro no projeto.
    Poderíamos ter feito as coisas de forma mais simples. Poderíamos ter mantido o restaurante como era, usar as louças do hotel, trazer ingredientes de casa. Há muitas maneiras de fazer isso de forma simples. E acho que ainda assim teríamos lotado o salão, mas não teríamos aprendido nada.

    Você consideraria ter um restaurante permanente em Tóquio?
    Não, não acho que eu possa acrescentar algo à cidade. Há muita coisa boa aqui, e também estou feliz em casa. Não fizemos isso procurando uma oportunidade de negócios.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024