Após mais de três anos, a Polícia Federal encerrou nesta quarta-feira as investigações do furto ao Banco Central de Fortaleza (CE), que ocorreu em agosto de 2005. Segundo a PF, foram presas 122 pessoas acusadas de terem ligações com o crime.
Do total, 18 já foram condenados, incluindo dois supostos chefes da quadrilha --Antônio Jussivan dos Santos, o Alemão, que está preso, e Moisés Teixeira da Silva, que está foragido. O terceiro suposto líder do assalto, Luiz Fernando Ribeiro, morreu após ter sido seqüestrado.
Foi o maior furto a banco do país --os assaltantes levaram R$ 164,8 milhões do BC. Nesse período, a polícia recuperou R$ 20 milhões em dinheiro e cerca de R$ 40 milhões em bens e imóveis.
Segundo o delegado Antonio Celso, delegado responsável pelas investigações, grande parte do dinheiro foi usada no tráfico de drogas, na compra de armas e no financiamento de novos furtos. Além disso, os principais envolvidos no crime foram extorquidos, inclusive por policiais. Dois policiais civis foram presos em São Paulo e outros quatro em Fortaleza (CE).
"Acho muito difícil que consigamos recuperar alguma coisa ainda", disse. De acordo com Celso, a Polícia Federal dividiu a investigação em 13 células, cada uma gerando um inquérito, para facilitar o processo. Isso foi feito para evitar que a investigação se alongasse e os crimes acabassem prescrevendo.
"As grandes investigações com mais de 50 pessoas estão fadadas ao fracasso", disse.
O último preso na Operação Toupeira foi o ex-prefeito de Boa Viagem (CE) Antônio Argeu Viena (PMDB), preso na semana passada. Ele é acusado de financiar a escavação do túnel, dando R$ 100 mil, e de receber cerca de R$ 4 milhões do dinheiro levado do BC.
Furto
À época, a quadrilha alugou um imóvel próximo ao Banco Central de Fortaleza e cavou um túnel de 89 metros que dava acesso ao cofre do banco. Foram levados R$ 164,8 milhões, divididos entre os 36 membros da quadrilha diretamente ligados ao furto.
O assalto foi comandado por três quadrilhas, duas de São Paulo e uma do Ceará. Para chegar aos acusados, a PF manteve vigilância e grampeou telefones.
Por conta da investigação, os policiais chegaram a outro roubo a banco, no Rio Grande do Sul, quando 28 pessoas foram presas --algumas inclusive dentro do túnel cavado para o assalto.