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    Após percorrer a Paulista, 13ª Parada Gay termina na praça Roosevelt; polícia libera vias

    da Folha Online

    14/06/2009 20h30

    A 13ª Parada Gay de São Paulo terminou na noite deste domingo, após 20 trios elétricos desfilarem cercados por uma multidão entre a avenida Paulista e a praça Roosevelt (centro).

    Leia a cobertura da Parada Gay 2009
    Ouça música oficial da Parada Gay

    A estimativa da organização era atrair 3,5 milhões de pessoas. Nem a Associação da Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais), que organiza o evento, nem a Polícia Militar divulgaram os números finais do evento.

    Sebastião Moreira/Efe
    Após lotar a avenida Paulista, público da 13ª Parada Gay de São Paulo seguiu até a praça Roosevelt; 20 trios participaram do evento
    Após lotar a avenida Paulista, público da 13ª Parada Gay de São Paulo seguiu até a praça Roosevelt; 20 trios participaram do evento

    Como ocorreu em anos anteriores, nesta edição também houve registro de tumultos, brigas, prisões, pais se arriscando na multidão com crianças de colo e gente ferida. Com a interdição das vias por onde passou a Parada, o trânsito nas imediações também ficou complicado.

    O evento começou às 12h20 em frente ao Masp (Museu de Artes de São Paulo), na avenida Paulista. De lá, os participantes seguiram pela Consolação até a praça Roosevelt.

    Por volta das 20h30 ainda havia público no fim da Consolação. Na ocasião, policiais militares desciam a Consolação para liberar a via; funcionários da prefeitura tentam fazer a limpeza após a festa.

    Festa

    Vinte trios elétricos percorreram o trajeto e arrastaram uma multidão. Um dos carros trocou os tradicionais go go boys por bailarinos. Muita gente se fantasiou para o evento. Havia famílias com crianças e cachorros.

    Neste ano, o tema da parada foi 'Sem Homofobia, Mais Cidadania Pela Isonomia dos Direitos!'. De acordo com os organizadores, a escolha do tema é uma forma de realizar uma campanha a favor da aprovação do projeto que está em trâmite no Congresso um projeto de lei que transformaria a homofobia em crime e prevê penas para pessoas com comportamentos ou atitudes homofóbicas.

    Posto médico

    Ao menos 190 pessoas passaram por dois postos de saúde montados na Parada Gay de São Paulo, de acordo com balanço parcial. A maioria dos atendimentos ocorreu devido ao consumo excessivo de bebidas alcoólicas.

    Entre os casos mais graves está o de um jovem agredido a facadas na barriga e nas costas, atendido no posto montado perto da igreja da Consolação, por volta das 18h20. Ainda não há informações sobre a identidade ou estado de saúde da vítima. A PM (Polícia Militar) informou não ter conhecimento sobre o caso.

    O mesmo posto médico da Consolação fez cerca de 70 atendimentos. Dez pessoas precisaram ser encaminhadas à Santa Casa.

    No posto montado no Masp, na avenida Paulista, foram registrados cerca de 120 atendimentos, de acordo com o supervisor de atendimento médico da Parada, Gedeão Júnior.

    Na unidade, o caso mais grave foi uma briga que deixou cinco pessoas feridas. Eles usaram objetos cortantes durante a briga, sofreram ferimentos considerados leves e foram levados à Santa Casa de São Paulo. Ainda não há informações sobre os motivos da briga.

    Caio Guatelli/Folha Imagem
    Multidão toma a avenida Paulista durante o desfile da 13ª Para Gay da cidade de São Paulo, neste domingo
    Multidão toma a avenida Paulista durante o desfile da 13ª Para Gay da cidade de São Paulo, neste domingo

    Prisão

    Segundo a Polícia Militar, duas pessoas foram presas vendendo lança-perfume no evento. Elas foram encaminhadas ao 78º DP (Jardins).

    Tumulto

    Pais e mães com crianças de colo enfrentaram tumulto durante a tarde. em um deles, por volta das 14h30, houve empurra-empurra e muitas pessoas tentavam ultrapassar a barreira e chegar à área destinada à imprensa e à organização, na altura do Masp.

    Devido à grande movimentação, PMs e seguranças do evento reforçavam a barreira que separa o público do espaço para a organização.

    Protesto

    Um grupo de cristãos gays levou cartazes de protesto durante a Parada Gay, com dizeres relacionando Deus com a opção sexual. Eles estavam atrás do trio principal do evento. Segundo Égleton Estevão Gaia, 25, há muito preconceito contra os homossexuais em igrejas evangélicas.

    Ele está há um ano e meio na igreja Comunidade Cristã Nova Esperança, que tem um pastor homossexual e que, segundo Gaia, é aberta aos homossexuais. De acordo com Gaia, a igreja tem filiais em várias cidades da Grande São Paulo e na Argentina e pretende abrir uma filial em Portugal.

    Durante a parada, membros da igreja mostravam cartazes com dizeres como "ser homossexual é dádiva de Deus" e "Deus não faz acepção de pessoas; orgulhe-se de sua sexualidade".

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