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    Carrefour afasta vigia após denúncia de agressão a cliente em Osasco (SP)

    MARINA NOVAES
    da Folha Online
    GABRIEL MESTIERI
    colaboração para a Folha Online

    20/08/2009 18h49

    Um homem que atua como vigia na loja do supermercado Carrefour em Osasco (Grande São Paulo) foi afastado do trabalho após um cliente denunciar cinco seguranças do local de tê-lo agredido. A informação foi confirmada nesta quinta-feira pela assessoria da empresa, que informou que o funcionário --de uma companhia prestadora de serviços ao mercado-- deverá ficar afastado até a conclusão das investigações da polícia.

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    O vigilante Januário Alves de Santana, 39, registrou um boletim de ocorrência na polícia no qual afirma ter sido espancado após ser confundido com um assaltante. Segundo ele, a agressão ocorreu quando tentava entrar em seu carro --um Ford EcoSport-- na noite do último dia 7. Santana, que é negro, afirma ter sido vítima de racismo.

    O Carrefour não informou a identidade do funcionário afastado, nem o nome da empresa de segurança que presta serviços para a loja. A empresa também não disse se os outros quatro vigilantes acusados pelo cliente de agressão já foram reconhecidos, mas afirmou que "continuará contribuindo com as autoridades policiais para que os fatos sejam esclarecidos o mais rapidamente possível e os responsáveis sejam punidos".

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    Na próxima terça-feira (25), Santana deverá prestar depoimento sobre o caso no 9º Distrito Policial de Osasco, onde o caso está sendo investigado. De acordo com a SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública de São Paulo), no boletim de ocorrência consta que a vítima disse não ser capaz de reconhecer os agressores, o que o advogado Dojival Vieira dos Santos nega.

    "O meu cliente tem condição sim de reconhecer os agressores. Ele pode não reconhecer nominalmente todos, mas quando for colocado em acareação com os agressores obviamente que ele vai reconhecer. Em nenhum momento ele disse não ser capaz de reconhecê-los", afirmou à Folha Online.

    O advogado afirmou ainda que espera que o inquérito seja concluído em 30 dias. Na ocasião, o cliente passou por exame de corpo delito no IML (Instituto Médico Legal).

    Preconceito racial

    Ontem, o advogado dele disse à Folha Online que o vigilante foi vítima de preconceito racial tanto pelos seguranças da loja quanto pelos policiais militares que atenderam a ocorrência. Ele afirmou ainda que pretende acionar na Justiça o Estado quanto a empresa por danos morais. Na ocasião, a mulher de Santana fazia compras no mercado com os dois filhos do casal.

    Em nota, a Polícia Militar informou que abriu um procedimento interno para apurar as denúncias e disse que "não compactua com nenhum tipo de discriminação".

    Santos considerou a abertura de uma apuração para apurar as acusações na polícia "positivo", mas reafirmou que aguarda uma resposta da Justiça em relação ao caso. "Nesse momento o mais importante é reconhecer os agressores e puni-los", disse. "O negro não pode mais ser o suspeito padrão [de qualquer crime]", afirmou.

    Na noite de hoje, o Carrefour informou ainda que "até que toda a situação esteja inteiramente esclarecida" determinou o afastamento da gerência da loja Osasco e substituiu a empresa que presta serviços de segurança.

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