Após mais de dez dias, as fortes chuvas que atingiam parte da região Nordeste começaram a diminuir e as águas dos rios retornam para o leito. Apesar disso, comunidades quilombolas atingidas pelos temporais agora sofrem com a falta de alimentos e com o surgimento de doenças.
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Segundo levantamento realizado pela gerência de núcleo quilombolas do Instituto de Terras e Reforma Agrária de Alagoas, cinco comunidades quilombolas foram atingidas direta ou indiretamente pelos temporais. São elas: Gurgumba, em Viçosa; Muquém, em União dos Palmares; Filús, Jussarinha e Mariana, localizadas em Santana do Mundaú.
Os dados mostram que em Gurgumba, algumas pessoas já apresentam sintomas de doenças causadas pelo uso de água contaminada. "São 80 crianças em Gurgumba. Elas já apresentam problemas na pele, com manchas e feridas. Também há índice de esquistossomose no local", disse Berenita Melo, gerente do núcleo quilombolas.
Já na comunidade de Muquém, em União dos Palmares (AL), mais de 80 famílias ficaram desabrigadas e estão alojadas na escola da comunidade e no posto de saúde.
Em Santana do Mundaú, as comunidades de Filús, Jussarinha e Mariana não chegaram a ser direitamente afetadas, mas a destruição do centro comercial da região dificulta a aquisição de mantimentos. O instituto aponta ainda o perigo de doenças devido a água contaminada no local.
Na terça (29), foram registradas mais três mortes causadas por novas cheias em Alagoas, informou a Defesa Civil. Com isso, são ao menos 57 os mortos no Estado (37) e em Pernambuco (20) em decorrência dos temporais.
Danilo Verpa/Folhapress | ||
Pessoas recolhem restos de alimentos totalmente enlameados e estragados em supermercado em Palmares (PE) |