Começa a circular hoje em Curitiba o "maior ônibus do mundo" em comprimento, de acordo com a prefeitura da cidade.
O "ligeirão" --ou "azulão", como vem sendo chamado-- é um tipo "gigante" de ônibus biarticulado, símbolo do sistema de transporte público de Curitiba. São três metros a mais que os biarticulados tradicionais.
O superônibus pretende dar uma sobrevida ao sistema de transporte da cidade, que é referência internacional, mas enfrenta alta demanda nos últimos anos e já opera no limite de sua capacidade nas principais linhas.
O "azulão" inaugurado hoje funcionará no esquema "ligeirão", sem paradas em estações intermediárias e com vias exclusivas que permitem ultrapassagem entre diferentes linhas. A ideia é aumentar a velocidade do veículo, permitindo transportar mais passageiros com o mesmo número de ônibus.
Os superônibus também serão sincronizados com os semáforos, que vão permanecer acesos para permitir a passagem dos veículos.
O modelo deve se estender a todos os seis eixos de transporte da cidade no futuro.
Rodolfo Buhrer/Reuters | ||
Superônibus de 28 metros de compimento começa a circular hoje no município de Curitiba |
CRÍTICAS
Para o urbanista Carlos Hardt, professor do doutorado em Gestão Urbana da PUC-PR, o mega biarticulado "aumenta a vida útil" do sistema de transporte público de Curitiba, unicamente baseado em ônibus, mas não serve para o médio prazo.
"Vamos precisar de novos meios de transporte", afirma. Por outro lado, ele elogia o custo-benefício da solução, já que o metrô exigiria investimentos bem maiores e não seria factível a curto prazo.
Já o engenheiro Valter Fanini, presidente do Sindicato dos Engenheiros do Paraná, acha que o novo ônibus, mesmo que implantado em todos os eixos de transporte, não vai conseguir atender à demanda do sistema.
Para ele, seria necessário, além de implantar o metrô (que já tem estudos concluídos), aumentar a capacidade das estações-tubo, que são muito pequenas e, em sua maioria, só têm uma porta de embarque.
O presidente da Urbs (Urbanização de Curitiba), Marcos Isfer, não descarta a implantação de novos meios de transporte. "Tudo isso é complementar; vai agregando", diz.