É importante durante uma parada cardíaca que as pessoas saibam reconhecer a situação de emergência para agir corretamente, afirma Sérgio Timerman, diretor do laboratório de treinamento e simulação em emergências cardiovasculares do InCor (Instituto do Coração).
Desesperados, alunos abanavam e ligavam para o resgate
Faculdade havia sido multada por falta de desfibrilador
Alunos protestam em frente à faculdade onde aluna morreu
Na noite da última quinta-feira, a universitária Angelita morreu na dentro de uma sala de aula da FMU, em São Paulo, em consequência de uma parada cardíaca. Os colegas dela afirmam que o socorro demorou.
De acordo com o médico, o diagnóstico correto de uma parada cardíaca exige treinamento e informação. "A cada minuto que passa, aumenta em 10% a chance de morrer. É fundamental o reconhecimento de uma situação dessas."
De acordo com o protocolo de atendimento, o primeiro passo é notar se o paciente está inconsciente. Se estiver, é fundamental fazer massagem cardíaca e usar o desfibrilador -a operação pode ser feita por um serviço de emergência ou por pessoal do próprio estabelecimento.
TREINAMENTO
Timerman afirmou que, no Metrô de São Paulo, elaborou um treinamento para seguranças e demais funcionários que aumentou de 5% para 50% a sobrevivência de pacientes com parada cardíaca.
"Uma parada cardíaca é algo crítico e resulta na maioria das vezes, mesmo quando se é bem atendido, em morte. Mas o atendimento rápido aumenta em muito as possibilidades", afirmou.
Ainda que o paciente sobreviva, quanto mais demora o atendimento, maior a chance de haver sequelas. Acima de dez minutos, o índice de sobrevivência é muito pequeno, diz Timerman.
Ele não quis comentar especificamente o caso da morte da aluna da FMU por não conhecer em detalhes como se deu o atendimento.
ARRITMIA
Qualquer pessoa está sujeita a ter uma arritmia cardíaca, não importa a idade ou sexo, explica o diretor do Serviço de Arritmias, do HCor (Hospital do Coração), José Carlos Pachón.
"Às vezes, detectamos até antes do nascimento, em fetos", diz o cardiologista.
Caso não seja tratada e acompanhada por um médico, a doença pode evoluir para uma parada cardíaca.
A doença se divide em dois tipos: benigna e maligna. As causas mais comuns da primeira são fatores ambientais como o estresse, o tabagismo e a cafeína.
Já a arritmia maligna costuma ter causas genéticas e acaba sendo mais perigosa. "Numa pessoa jovem, as arritmias congênitas podem causar morte súbita."
O cardiologista explica que é importante ficar atento a sintomas como palpitações, tonturas e desmaios.
A doença pode ser detectada num exame como o eletrocardiograma e, mesmo que tenha fatores genéticos, o acompanhamento médico previne complicações.