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    Após 10 minutos, é difícil sobreviver a parada cardíaca, diz médico

    DE SÃO PAULO

    25/08/2012 07h00

    É importante durante uma parada cardíaca que as pessoas saibam reconhecer a situação de emergência para agir corretamente, afirma Sérgio Timerman, diretor do laboratório de treinamento e simulação em emergências cardiovasculares do InCor (Instituto do Coração).

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    Na noite da última quinta-feira, a universitária Angelita morreu na dentro de uma sala de aula da FMU, em São Paulo, em consequência de uma parada cardíaca. Os colegas dela afirmam que o socorro demorou.

    De acordo com o médico, o diagnóstico correto de uma parada cardíaca exige treinamento e informação. "A cada minuto que passa, aumenta em 10% a chance de morrer. É fundamental o reconhecimento de uma situação dessas."

    De acordo com o protocolo de atendimento, o primeiro passo é notar se o paciente está inconsciente. Se estiver, é fundamental fazer massagem cardíaca e usar o desfibrilador -a operação pode ser feita por um serviço de emergência ou por pessoal do próprio estabelecimento.

    TREINAMENTO

    Timerman afirmou que, no Metrô de São Paulo, elaborou um treinamento para seguranças e demais funcionários que aumentou de 5% para 50% a sobrevivência de pacientes com parada cardíaca.

    "Uma parada cardíaca é algo crítico e resulta na maioria das vezes, mesmo quando se é bem atendido, em morte. Mas o atendimento rápido aumenta em muito as possibilidades", afirmou.

    Ainda que o paciente sobreviva, quanto mais demora o atendimento, maior a chance de haver sequelas. Acima de dez minutos, o índice de sobrevivência é muito pequeno, diz Timerman.

    Ele não quis comentar especificamente o caso da morte da aluna da FMU por não conhecer em detalhes como se deu o atendimento.

    ARRITMIA

    Qualquer pessoa está sujeita a ter uma arritmia cardíaca, não importa a idade ou sexo, explica o diretor do Serviço de Arritmias, do HCor (Hospital do Coração), José Carlos Pachón.

    "Às vezes, detectamos até antes do nascimento, em fetos", diz o cardiologista.

    Caso não seja tratada e acompanhada por um médico, a doença pode evoluir para uma parada cardíaca.

    A doença se divide em dois tipos: benigna e maligna. As causas mais comuns da primeira são fatores ambientais como o estresse, o tabagismo e a cafeína.

    Já a arritmia maligna costuma ter causas genéticas e acaba sendo mais perigosa. "Numa pessoa jovem, as arritmias congênitas podem causar morte súbita."

    O cardiologista explica que é importante ficar atento a sintomas como palpitações, tonturas e desmaios.

    A doença pode ser detectada num exame como o eletrocardiograma e, mesmo que tenha fatores genéticos, o acompanhamento médico previne complicações.

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