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    Descendentes comemoram os 125 anos da chegada ao Brasil da família libanesa

    THIAGO AZANHA
    COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

    29/09/2012 03h30

    Cerca de 600 descendentes dos Jafet comemoram hoje, no Clube Monte Líbano (zona sul), os 125 anos que marcaram a chegada da família libanesa ao Brasil.

    É grande a importância dos Jafet na história da sociedade paulistana. A obra mais marcante erguida pela família é o hospital Sírio-Libanês.

    Em 1921, a matriarca Adma Jafet se juntou a outras 27 mulheres descendentes dos primeiros imigrantes sírios e libaneses e fundaram a Sociedade Beneficente de Senhoras.

    As obras começaram em 1931 e duraram até 1940.

    O objetivo era criar um importante centro médico, hoje reconhecido por sua excelência. O ex-presidente Lula fez o tratamento contra um câncer na laringe no Sírio-Libanês.

    Violeta Basílio Jafet, 104, filha de Basílio e Adma Jafet, liderou o hospital a partir da inauguração, em 1961. Ficou 50 anos na presidência da sociedade. Hoje, é presidente honorária do Sírio-Libanês.

    "Adoro meu hospital. Fiz tudo o que pude enquanto era presidente. Até hoje o frequento. Lá estão alguns dos melhores médicos do Brasil", diz.

    Outro descendente importante é Basílio Chedid Jafet, filho de Basílio Jafet Neto e neto de Violeta. É diretor do Grupo Jafet, que teve papel importante na industrialização paulista e hoje se dedica à mineração de ferro em Minas Gerais e à gestão do patrimônio da família. No total, são 40 acionistas da sociedade, todos primos Jafet. O presidente do grupo é Flávio Frederico Jafet.

    "Nos anos 60 o grupo passou por uma crise difícil e pediu concordata. Hoje se recuperou e opera com risco zero e sem endividamento. Somos um grupo forte, com mais de 105 anos", afirma Basílio.

    No começo do século 20 a fábrica de tecidos Fiação, Tecelagem e Estamparia Ypiranga Jafet, uma das precursoras da indústria têxtil nacional, deu origem ao bairro do Ipiranga, na zona sul.

    Para comercializar os produtos, os irmãos Jafet abriram lojas nas ruas 25 de março e Florêncio de Abreu.

    Os Jafet também se preocuparam com o desenvolvimento da educação. Doaram um prédio que compõe o Instituto de Física da USP, que, inclusive, leva seu nome.

    Em São Paulo, a família fundou vários clubes sírios e libaneses, escolas, a Catedral Metropolitana Ortodoxa, o hospital São Camilo, entre outros.

    A rua Cavalheiro Basílio Jafet, no centro, homenageia um dos primeiros patriarcas da família Jafet a chegar ao Brasil, por volta de 1888.

    Já a av. Ricardo Nami Jafet, no Ipiranga, lembra o advogado e industrial, filho de Nami, irmão de Basílio.

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