Após três anos no Brasil, o parisiense Pierre Matthieu, 27, realizou no ano passado o sonho de morar no Rio. "Quando soube que um casal amigo acabava de reformar uma casa no Vidigal não pensei duas vezes," conta o produtor musical.
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"Eu já conhecia umas pessoas queridas lá e sabia que eu ia trabalhar numa produtora na Gávea, que fica a 15 minutos andando daqui", diz ele, exagerando um pouco a proximidade do bairro.
A percepção que ele tem da cidade está longe daquela dos estrangeiros que visitam o Rio de Janeiro a cada ano.
"Para mim, a identidade do Rio não é biquíni, água de coco, capoeira e frescobol na praia, mas, sim, é essa cultura do quintal na zona norte com pandeiro, faca e prato."
Daniel Marenco/Folhapress | ||
Francês Pierre Matthieu, 27, sobe as escadas da favela do Vidigal, onde mora, em São Conrado, zona sul do Rio |
Apaixonado por samba desde a primeira vez que colocou os pés no Brasil em 2005, ele considera o Vidigal "um lugar abençoado".
"Tem uma tranquilidade e uma paz que se reflete nas milhares de famílias do Ceará e da Paraíba instaladas aqui", diz ele. "Todo mundo se conhece, as crianças brincam na rua, tem galo e lindos passarinhos cantando."
Mais que a vista, Matthieu conta que fica emocionado ao sentir "a energia das pedras dos Dois Irmãos".
"Contemplar a beleza da mata atlântica e respirar uma ar fresco que renova a alma e inspira qualquer um", conta.