Na lista das favoritas dos turistas paulistanos, a Praia Grande, em Ubatuba, é a mais perigosa para os banhistas do litoral norte paulista.
Efetivo de guarda-vidas está incompleto no litoral de SP
Isabel é a única mulher em grupo de 105 profissionais no litoral norte de SP
Leitora fotografa balsa encalhada em praia do litoral sul de SP
Na última temporada, ela teve cerca de 330 salvamentos, quando os guarda-vidas precisam agir com rapidez para retirar o banhista.
O número representa cerca de 70% dos atendimentos registrados em Ubatuba na época, segundo o Corpo de Bombeiros. Após Praia Grande, outros pontos críticos em Ubatuba são as praias de Toninhas e Tenório. Juntas, as três formam o chamado "triângulo perigoso".
A classificação sobre segurança no mar leva em conta fatores humanos, como frequência às praias e comportamento do banhista, e geográficos, como buracos na areia e correntezas.
O tenente Jurandir Neto, da unidade de grupamento marítimo de Ubatuba, atribui também ao consumo de bebidas alcoólicas a frequência de acidentes no mar.
No ranking geral do litoral norte paulista, logo atrás de Praia Grande, aparecem as praias de Maresias e Camburi, em São Sebastião.
Dados do Corpo de Bombeiros mostram que, de cada dez acidentes no mar em São Sebastião, três ocorrem em Maresias, conhecida por abrigar campeonatos de surfe.
"Para mim, essa é a mais perigosa de todo o litoral", diz o guarda-vidas Patrick do Prado, 37, que comanda uma das equipes de salvamento.
Segundo ele, entrar no mar exige cuidado devido à força das ondas. "As correntes também são mais fortes aqui."
Por lá, é comum ver placas de perigo que alertam para a correnteza --o que pode aparecer justamente em locais onde o mar não tem ondas e aparenta estar calmo.
O mesmo ocorre em Praia Grande. "O banhista tem mania de ficar onde a onda não quebra. Mas é lá que tem o maior número de buracos", diz o tenente Neto.
Com os pés na água, a dona de casa Lucinéia Correia, 30, acompanhava cada passo das duas filhas que brincavam no mar e fazia sinais para que ficassem por perto.
"Elas não têm medo da água e toda hora querem ir para o fundo", disse ela.
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Em dez anos, o número de resgate de banhistas nas temporadas cresceu 88% em todo o litoral de São Paulo. Passou de 1.241 para 2.335.
Já o número de mortes varia a cada ano. De 87 registros na temporada 2010/2011, caiu para 44 no último verão.
Para Igor Klein, comandante do subgrupamento responsável pelo litoral norte, o aumento de salvamentos pode ser explicado pela maior facilidade de acesso às praias.