• Cotidiano

    Thursday, 09-May-2024 14:13:15 -03

    Hospitais recuam e liberam trabalho de doula durante o parto

    GIOVANNA BALOGH
    DE SÃO PAULO

    01/02/2013 03h00

    Os hospitais Santa Joana e Pro Matre Paulistana recuaram nesta semana da decisão de restringir a entrada de doulas -mulheres com experiência em maternidade que dão assistência a grávidas antes, durante e após o parto.

    Instituições negam que doulas estivessem vetadas

    Agora, as unidades de saúde decidiram fazer o recadastramento das doulas para que elas possam estar na hora do parto junto com o acompanhante da gestante, na maioria das vezes, o pai da criança.

    Como a Folha mostrou na última semana, comunicados dos hospitais permitiam a entrada das doulas apenas se elas fossem no lugar do pai da criança, ou seja, elas seriam a única acompanhante da mãe.

    Os hospitais alegavam que a medida era para "manter os baixos índices de infecção hospitalar nas unidades".

    A mudança gerou a mobilização de gestantes e ativistas nas redes sociais em defesa dessas assistentes, que não têm a atividade regulamentada no Brasil.

    Leticia Moreira/Folhapress
    Fabiana e sua filha Maria Alice; ela preferiu a presença da doula à do marido no parto
    Fabiana e sua filha Maria Alice; ela preferiu a presença da doula à do marido no parto

    Em 2012, a presença das doulas na hora do parto chegou a ser proibida pelo Cremerj (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro). O veto, porém, foi derrubado pela Justiça Federal.

    Após a restrição da semana passada nos hospitais, gestantes tiveram de abrir mão do acompanhante no parto para ter a ajuda de uma doula.

    Foi o caso da professora Fabiana Marcela Araújo, 34 anos, que deu à luz no Pro Matre na segunda. Ela conta que ligou duas vezes no hospital e foi informada de que teria de optar entre a doula e o marido.

    Escolheu a doula Gisele Leal, 36, que a ajudou com massagens, exercícios de respiração e posições para amenizar a dor das contrações.

    Maria Alice nasceu de parto normal e só pôde ir para o colo do pai depois de três horas. Fabiana diz que ontem foi procurada pelo hospital, que negou a restrição.

    Gisele diz que recebeu. no início de janeiro, um e-mail de um assistente da diretoria do Pro Matre a autorizando a entrar no parto de Fabiana.

    Segundo ela, no entanto, o papel foi apresentado na recepção, mas sua entrada como doula não foi permitida.

    Outros grandes hospitais paulistanos têm políticas distintas para doulas. O Santa Catarina permite que elas acompanhem as mães no parto, além do marido. No São Luiz, são admitidas desde que cadastradas previamente. No Albert Einstein, são liberadas apenas no pré-parto.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024