Dois criminosos suspeitos de planejar a onda de atentados em Santa Catarina foram transferidos na madrugada desta quarta-feira (20) para presídios federais, segundo o governo do Estado.
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Um terceiro deve ser levado até o fim desta semana, segundo comunicado oficial.
Os três criminosos integram as 40 transferências anunciadas no sábado (16) pelo governador Raimundo Colombo e pelo ministro José Eduardo Cardozo (Justiça).
Segundo o Deap (Departamento de Administração Prisional), eles não viajaram com o restante do grupo "por uma questão de logística".
Os presos transferidos no sábado, com ajuda da Força Nacional de Segurança, foram levados para a unidade de Mossoró (RN). Os de hoje, para Porto Velho (RO).
Os transferidos têm ligação, segundo o governo, com o PGC (Primeiro Grupo Catarinense), a facção criminosa que está ordenando dos atentados.
ESTATÍSTICA
Na manhã de desta quarta-feira, a Polícia Militar retirou da lista de ocorrências um incêndio em uma base policial de Lages (206 km de Florianópolis), que inicialmente havia sido computada no relatório oficial de atentados.
Segundo a tenente-coronel Claudete Lehmkuhl, o caso inicialmente foi considerado atentado porque tinha as mesmas características de outros ataques com fogo em prédios públicos.
Mas uma perícia apontou que o fogo que atingiu um fogão, uma mesa, parte do teto e parede foi provocado por um vazamento de gás.
Assim, o número oficial indica 111 atentados em 36 cidades - não há alteração desde segunda-feira (18), segundo os boletins da PM.
CRITÉRIOS
Desde 30 de janeiro, a PM incluía em seu relatório todas as investidas que inicialmente acreditava ter relação com a onda de violência.
A polícia diz que mudou os critérios porque percebeu que havia sido computado um incêndio em carro após briga de casal em Tubarão (131 km de Florianópolis).
"No afã de relatar tudo o que ocorria, não estávamos sendo rigorosos como deveríamos ser. Estávamos aumentando muito o número de ocorrências e se distanciando da realidade, que já está se acalmando", disse o major João Carlos Neves Júnior.
O major disse que as polícias Civil e Militar trabalharão juntas para, em no máximo 48 horas, classificar uma ocorrência como atentado ou não.
Os cinco casos de princípio de incêndio em automóveis registrados na terça-feira (19), quando a corporação anunciou mais rigidez nos critérios, ainda estão sendo investigadas e não foram consideradas atentados.