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    Especialistas condenam processo de incineração de lixo

    DE SÃO PAULO

    06/04/2013 03h30

    O processo de incineração de lixo não é uma unanimidade. Especialistas e entidades ambientalistas internacionais apontam várias ressalvas sobre a tecnologia, muito usada no exterior.

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    Existem problemas tanto ambientais quanto socioeconômicos, segundo estudos internacionais sobre o tema.

    "Não dá para dizer que os impactos ambientais são nulos", diz Carlos Henrique Oliveira, arquiteto e consultor sobre resíduos sólidos do Instituto Pólis, de São Paulo.

    Apesar de os vendedores da tecnologia dizerem que toda a usina é equipada com filtros, é muito difícil assegurar que não haverá poluição atmosférica, diz o consultor.

    "O lixo no Brasil é muito úmido, ele tem baixo poder calorífico. Obter a queima ideal nesse processo é muito difícil", afirma Oliveira.

    Marcelo Justo/Folhapress
    Operação de descarte de lixo no aterro sanitario de Barueri (na Grande São Paulo) já opera com capacidade no limite
    Operação de descarte de lixo no aterro sanitario de Barueri (na Grande São Paulo) já opera com capacidade no limite

    Estudos internacionais, compilados pela ONG Greenpeace, mostram que existe relação entre a queima do lixo e a detecção de alguns casos de câncer em moradores das imediações das usinas para resíduos sólidos.

    Por isso, várias entidades rechaçam a incineração sob o argumento de que o processo industrial traz impactos negativos para a saúde.

    AMBIENTE

    Outro argumento é socioambiental, afirma o especialista do Instituto Pólis.

    O ideal, diz Oliveira, dentro até da nova filosofia da política nacional de resíduos sólidos, é que as cidades tenham um plano completo que vise, antes de mais nada, reduzir a produção lixo e, depois, incentivar a coleta seletiva em todos os locais.

    "Uma garrafa PET, por exemplo, tem cinco ciclos de uso. Na incineração, isso será perdido [pois apenas um ciclo será completado]."
    Nesse cenário, as cooperativas de catadores, por exemplo, devem ser prejudicadas.

    A Cetesb, agência ambiental paulista, diz que, em princípio, projetos de usinas de queima de lixo podem ser aprovados pelo órgão, desde que as leis sejam cumpridas.

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