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    Fãs de tecnologia e história medieval lutam de espadas em parques de SP

    JAIRO MARQUES
    DE SÃO PAULO

    22/04/2013 02h30

    A estranheza e a curiosidade de quem nunca os viu em um dos grandes parques de São Paulo, como o Ibirapuera ou o Villa-Lobos, é imediata. São crianças, adolescentes e jovens com trajes e "armas" medievais, prontos para simular batalhas históricas.

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    Só na cidade existem 16 clãs (grupos) que praticam o Jogo de Espadas, com origem na Europa e que existe no Brasil desde a década de 1990.

    Os adeptos têm estilos de vida ligados à mitologia, à história medieval e são também aficionados por tecnologia, uma vez que os "enfrentamentos" são marcados em conversas pela internet e porque gostam de jogos on-line.

    "Quando eles começaram a chegar, pensei que iam fazer uma festa à fantasia. É engraçado pensar que é um jogo", diz o aposentado Amarildo Santos, frequentador do Parque da Juventude, na zona norte, que presenciou um confronto entre os clãs Aço Negro e Filhos da Noite.

    Apesar de certo clima belicoso, os guerreiros, muitos assumidamente nerds, usam lanças, espadas e escudos com proteção de borracha, para não machucar. Também procuram agir com cordialidade e gentileza com os adversários. Ser desonesto numa batalha é algo fora de cogitação.

    "Todo mundo joga com respeito e honestidade. Raramente há um toque mais forte e, caso aconteça, o guerreiro será punido", diz Magnus Griffo, 22, líder do Filhos da Noite.

    Para entrar em um clã, é preciso conhecer a história que remete à sua origem. Pode ser nipônica --por causa dos samurais--, grega, romana, austríaca, entre outras.

    Além disso, os candidatos têm de seguir uma rígida norma de comportamento, que envolve não beber, não fumar, respeitar o líder, ter conhecimento de outras línguas e estudar permanentemente.

    "Não há preconceito nos clãs. Mulheres costumam ser guerreiras mais habilidosas. Todo mundo é aceito, desde que seja maior de 12 anos e cumpra as regras", afirma Stephan Klauss Baldez de Moraes, 22, do Aço Negro.

    Para as crianças, é preciso uma autorização por escrito dos responsáveis. Os clãs também têm códigos de condutas com normas específicas, como cuidados com o ambiente, obrigação de estudos, ter noções de primeiros socorros.

    Os jogadores querem que as batalhas ganhem unificação de regras para se tornar esporte. Por enquanto é diversão e chega a reunir cem pessoas nos confrontos de fim de semana.

    Editoria de arte/Folhapress

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