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    'Cidade dos idosos', Águas de São Pedro prioriza estatuto

    JAIRO MARQUES
    ENVIADO ESPECIAL A ÁGUAS DE SÃO PEDRO

    29/09/2013 01h51

    Ao som de "Sandra Rosa Madalena", clássico de Sidney Magal, 11 senhoras com idades entre 64 e 76 anos se requebravam em um ginásio de Águas de São Pedro (a 184 km de SP) na tarde da última quarta-feira. A poucos metros dali, um senhor de 92 anos comandava um bazar e outros relaxavam na praça.

    Na cidade, uma das dez brasileiras com maior concentração de pessoas acima de 60 anos --24,9% do total, segundo o IBGE--, os direitos estabelecidos no Estatuto do Idoso são uma prioridade.

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    Com apenas 2.707 habitantes, de acordo com o Censo de 2010, e faturando com o turismo das "águas medicinais", a prefeitura afirma conseguir investir em melhores condições para a velhice.

    Em "Águas", quase a metade dos idosos moradores recebem visitas em casa de equipes de saúde.

    Médicos de 11 especialidades atendem as demandas do dia a dia em uma clínica, e o poder público arca com medicamentos de uso continuado que estão fora da relação repassada pelo Estado.

    Felix Lima/Folhapress
    Aluna em aula para a terceira idade em Águas de São Pedro, cidade paulista com grande concentração de idosos
    Aluna em aula para a terceira idade em Águas de São Pedro, cidade paulista com grande concentração de idosos

    "Temos atenção total com o idoso aqui e desconheço casos de maus-tratos ou desrespeitos a eles. A cidade tem braços abertos para os mais velhos", diz o prefeito Paulo Cesar Borges (PSDB), 56.

    Atividades esportivas e de lazer voltadas aos mais velhos são tão sérias que há uma lei municipal que garante a continuidade de alocação de recursos para os projetos ao longo dos anos.

    Quem tem mais de 60 na cidade --e também visitantes de cidades vizinhas-- podem fazer de graça hidroginástica em piscina aquecida, dança, bocha, vôlei, pilates, natação e, aos finais de tarde, tomar suco, chá e café enquanto jogam damas, cartas...

    O secretário da Saúde, Marco Antonio Casarini, 53, que administra orçamento anual de R$ 2 milhões, diz que em dois meses haverá uma nova academia a céu aberto.

    Segundo o médico Pedro Manoel Bertolini, 31, que faz plantões no pronto-socorro local, a maior demanda dos moradores mais velhos da cidade não é por medicamentos ou para aferir pressão.

    "O desafio maior aqui é dar atenção a toda carência deles, que sentem falta dos filhos ou de familiares. Muitos não tem nenhuma doença física e vem se consultar apenas para conversar."

    Certa mesma é Sheila Gasparini, 72, uma das que mais rodopiam na aula de dança.

    "Já tive dois AVCs (Acidente Vascular Cerebral), dois inícios de trombose, mas estou ótima e feliz dançando entre minhas amigas. Ter qualidade de vida é tudo."

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