• Cotidiano

    Thursday, 16-May-2024 13:52:14 -03

    Atual gestor diz que Santa Casa faz caridade e não nasceu para lucro

    DE SÃO PAULO

    14/04/2014 03h33

    A Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, maior hospital filantrópico da América Latina, vive a eleição mais acirrada da sua história de mais de quatro séculos para eleger o provedor (espécie de presidente) da entidade. Disputa ocorre na quarta-feira (16).

    De um lado está a chapa encabeçada pelo advogado Kalil Rocha Abdalla, 72, que tenta o terceiro mandato. Do outro, a do médico José Luiz Setúbal, 57, da família fundadora do Itaú, presidente do Hospital Infantil Sabará e também conselheiro da Santa Casa, onde se formou.

    A seguir, trechos da entrevista do advogado Kalil Rocha Abdalla.

    Marlene Bergamo/Folhapress
    Kalil Rocha Abdalla, atual gestor da Santa Casa
    Kalil Rocha Abdalla, atual gestor da Santa Casa

    *

    Qual a missão de uma instituição como a Santa Casa?
    É atender ao carente e ao necessitado, não é dar lucro. Tem como finalidade o exercício da caridade e da misericórdia para o socorro e a assistência aos enfermos, idosos, inválidos e desemparados. Se querem transformar isso num hospital particular para dar lucro, aí é outra conversa. O papel das Santas Casas hoje para o SUS é fundamental. É claro que há muita Santa Casa mal gerida, mas não é o caso aqui.

    Qual o tipo de gestão mais apropriada?
    É ter boa gente, ter um corpo diretivo em ordem, que saiba funcionar. Aqui dentro nós temos 30 médicos que são eleitores, eu tenho 28 deles. Acho que o corpo diretivo, as pessoas que trabalham aqui, gostam de mim.

    Qual sua estratégia para equacionar a dívida?
    Nossa ideia principal é, com a ajuda do governo federal, transferir nossa dívida para o BNDES e continuarmos pagando. O BNDES dá uma carência e nós deixaríamos de pagar os quase R$ 3 milhões de juros que pagamos hoje por mês. Também posso pagar em serviços.

    Já havíamos formalizado essa proposta ao [Alexandre]Padilha [ex-ministro da Saúde] e tem gente nossa conversando com a atual gestão. Dever, todo mundo deve. O São Paulo deve, o Corinthians deve. A Santa Casa não nasceu para dar lucro. Vínhamos com deficit operacional, mas no ano passado fechamos com superávit de R$ 3 milhões. A dívida está sendo controlada.

    Fale com a Redação - leitor@grupofolha.com.br

    Problemas no aplicativo? - novasplataformas@grupofolha.com.br

    Publicidade

    Folha de S.Paulo 2024