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    Morre aos 85 anos ex-ministro Adib Jatene em São Paulo

    CLAUDIA COLLUCI
    DE SÃO PAULO

    15/11/2014 00h50

    O médico e ex-ministro da Saúde Adib Jatene, 85, morreu na noite desta sexta-feira (14). Ele passou mal em casa e foi levado ao Hospital do Coração, em São Paulo, onde morreu.

    O cardiologista havia sido internado em setembro no Hospital do Coração, em São Paulo, após sofrer um infarto agudo do miocárdio.

    Em maio de 2012, o médico já havia sido internado com dores no peito. À época, ele mesmo diagnosticou o próprio infarto e deu orientações sobre o seu tratamento. Passou por um cateterismo e precisou colocar um stent (prótese metálica para a desobstrução de artérias).

    Diretor-geral do HCor e um dos pioneiros da cirurgia do coração no Brasil, Jatene tinha mais de 20 mil procedimentos em seu currículo. Foi o primeiro a realizar a cirurgia de ponte de safena no Brasil e inventou aparelhos e equipamentos médicos.

    Marisa Cauduro - 22.dez.11/Folhapress
    Adid Jatene, cardiologista e ex-ministro da Saúde
    Adid Jatene, cardiologista e ex-ministro da Saúde

    Filho de um seringueiro libanês e de uma dona de armarinho, era natural de Xapuri. Estudou na Universidade de São Paulo (USP), formando-se aos 23 anos pela Faculdade de Medicina. A residência e pós-graduação foram feitas no Hospital das Clínicas da mesma faculdade.

    Nunca se filiou a partidos, mas participou de várias gestões. Atuou como secretário estadual da Saúde de São Paulo (1979-1982), no governo de Paulo Maluf, e duas vezes como ministro, na mesma área, nas gestões Fernando Collor (1992, por oito meses) e Fernando Henrique Cardoso (1995-1996, por 22 meses).

    No governo de FHC, criou a CPMF (Contribuição Provisória Sobre Movimentação Financeira), para ajudar a financiar a saúde brasileira.

    Ano passado, chegou a presidir uma comissão de especialistas que ajudou o governo federal na formulação de projeto para mudanças no ensino médico, mas se afastou depois de o governo de Dilma Rousseff (PT) lançar, à revelia da comissão, o programa Mais Médicos.

    Em entrevista à Folha, Jatene criticou o fato de os programas de residência darem ênfase à alta tecnologia e especializações. "O médico precisa se transformar em um especialista de gente", disse ele à época.

    Autor e co-autor de cerca de 700 trabalhos científicos publicados na literatura nacional e internacional, deixa quatro filhos - os médicos Ieda, Marcelo e Fábio, além da arquiteta Iara - e a esposa Aurice Biscegli Jatene.

    O velório será das 9h às 16h no anfiteatro do edifício Dr. Adib Jatene, no Hcor. O enterro será às 17h no Cemitério do Araçá.

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