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    Haddad patina para reduzir espera por consulta médica em São Paulo

    MONIQUE OLIVEIRA
    NATÁLIA CANCIAN
    DE SÃO PAULO

    29/11/2014 02h00

    Prestes a completar dois anos de mandato, o prefeito Fernando Haddad (PT) ainda continua distante da promessa de acabar com a longa espera por consultas médicas na rede municipal de saúde.
    Essa foi a principal vitrine para a área no plano de metas da gestão petista.

    Para atacar o problema, Haddad anunciou a Rede Hora Certa, com unidades para oferecer, num mesmo local, atendimento com hora marcada e acesso a diferentes especialistas, com consultas, exames e pequenas cirurgias.

    Das 32 unidades prometidas até 2016, 10 já foram implantadas, sendo quatro delas móveis. Mas, segundo pacientes ouvidos pela Folha, a espera por uma consulta na rede municipal de saúde leva ainda até um ano e meio.

    Eduardo Knapp/Folhapress
    Luzia de Jesus, 42, que esperou 1 ano e meio por consulta
    Luzia de Jesus, 42, que esperou 1 ano e meio por consulta

    Não há informações oficiais atualizadas disponíveis, mas, segundo dados da prefeitura de julho, a espera média para consulta chegava a 205 dias.

    A reportagem visitou cinco das dez unidades concluídas. Em geral, os pacientes elogiam o atendimento, mas criticam o tempo de espera para conseguir agendá-los.

    Por exemplo: quando estão com consulta marcada, usuários recebem um telefonema para confirmá-la e são atendidos dentro do horário. Eles também deixam as UBS (Unidades Básicas de Saúde), a porta de entrada para a rede de saúde, com encaminhamento e o lugar certo para ir.

    O problema, dizem, é conseguir marcar a consulta.

    É o caso de Luzia Francisca de Jesus, 42, que só conseguiu atendimento com ortopedista na Rede Hora Certa do Itaim Paulista (zona leste) em novembro -a unidade foi inaugurada no final de 2013.

    Ao todo, foi um ano e meio de espera na rede municipal.

    "Eu comecei com uma LER [Lesão por Esforço Repetitivo] e agora sinto dores no corpo todo", afirma Luiza.

    Outra paciente, Edna Moura Carvalho, 47, aprova o atendimento, mas reclama da dificuldade de acesso.

    "Demorou dez minutos. Aqui é hora certa. Nos postinhos, brinco que é igual cartão, com 30, 60 e 90 dias, e ainda preciso pegar senha de madrugada", afirma Edna, que diz ter esperado seis meses para marcar a consulta com um gastroenterologista.

    A propaganda de ineditismo do sistema também é alvo de críticas, já que parte das unidades foi construída no lugar de antigos ambulatórios de especialidades.

    "Não temos clareza [se houve expansão]", diz o promotor Arthur Pinto Filho, que abriu procedimento para apurar o caso. A prefeitura, porém, diz que ampliou o número de especialidades e atendimentos.

    DE OLHO NAS METAS

    De dez metas previstas para a saúde até 2016, Haddad completou uma até agora.

    De 43 unidades básicas de saúde prometidas no começo da gestão, por exemplo, quatro ficaram prontas -outras 11 estão em licitação e as demais seguem sem previsão.

    Ritmo semelhante ocorre com os centros de atenção psicossocial, os Caps -de 30 previstos, 4 foram entregues.

    Na metade do mandato, os três hospitais prometidos ainda não estão em obras. Segundo a prefeitura, dois já possuem terreno e elas terão início em 2015. Um terceiro está com projeto pronto.

    A Prefeitura de São Paulo alega falta de profissionais na rede de saúde para diminuir o tempo de espera .

    Editoria de Arte/Folhapress
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